Alfinete nos olhos! Observar pra quê?

Alfinete nos olhos! Observar pra quê?
A intuição me parece mais lúcida que o raciocínio parco dessa gente Reality... Para outros, é necessário criticizar e aqui é o lugar!

Blog do Abuh

Destinado a refletir, a liberar os sentimentos críticos, falar sobre a vida e intercambiar pensamentos. Jardim repleto de flores e frutos, comestíveis e outros, indigeríveis. Depende do seu gosto, ou desgosto!

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Malícias de um populista de milícias.

Minha gente, em meio à greve de fome e a um Congresso de Ciências Sociais e Barragens ocorridas aqui em Salvador, a questão dos atingidos por barragens e o tal crescimento nacional parecem ser assunto de primeira página. Mas qual o papel de nossas humildes pessoas, atingidas por violência urbana, falta de saneamento, hospitais precários e escolas sucateadas? O que o Rio São Francisco e as pessoas beiradeiras desse rio têm a ver com nossas vidas?

Imagine que ouvi nesse congresso que mencionei, um agricultor, morador da beira do da barragem do Sobradinho dizer que ele não tinha luz! Quanta obscurescência nesse país. Aquele mega-empreendimento que desalojou pessoas de seus lares e colocou (muitos deles) pra bem longe dali parece mesmo ter tido um endereço próprio: o desenvolvimento das grandes indústrias e latifundiários. E agora? Transpor um rio pra “dar” água a quem tem sede... Pobre e assoreado rio, que em sua fraqueza histórica de degradação e força poética de uma imensidão natural, tem agora nas suas veias e entranhas a missão impossível de fornecer o que quase já não possui: ÁGUA.

E um governo de discurso populista parece achar coerente toda essa estapafúrdia obra de levar água pra quem precisa, havendo outras formas de captação que não tão danosas e mil outras argumentações pra que todo esse projeto fique como tantos de importância nacional e que se escondem nas gavetas de engravatados. Será que a idéia de revitalização soa sem sentido nesses ouvidos operários? Será que um povo que sinaliza o seu desespero e a sua marginalização não corresponde a uma realidade que deve ser considerada? Será que os estudos de Universidades e Instituições de Pesquisa não demonstram o que se passa nas margens e profundezas do rio? O que me parece é que nessa milícia com discurso de desenvolvimento, até aquele tão populista parece na verdade que não corresponde ao seu papel mais esperado e sim a uma idéia de que com malícia tudo se conquista!

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