Alfinete nos olhos! Observar pra quê?

Alfinete nos olhos! Observar pra quê?
A intuição me parece mais lúcida que o raciocínio parco dessa gente Reality... Para outros, é necessário criticizar e aqui é o lugar!

Blog do Abuh

Destinado a refletir, a liberar os sentimentos críticos, falar sobre a vida e intercambiar pensamentos. Jardim repleto de flores e frutos, comestíveis e outros, indigeríveis. Depende do seu gosto, ou desgosto!

quinta-feira, 30 de abril de 2009

A novidade outra vez.


Com o fim dos tempos (sim, eles já acabaram), o que resta agora é a perseguição do obsoleto, do ultrapassado, de reinventar o conhecido, o manjado, o ensimesmado. Mesmo assim, parece que há um futuro para além dos nossos olhos, que a mágica da novidade está prestes a ser desvelada antes nossos olhos absortos. Tudo é igual.

O que ocorre com o novo? De onde surgem as novidades e as influências? O que é possível ser inventado e não reinventado? Tudo parece tão igual, que é difícil, ou talvez, impossível, distinguir a “EURECA” da cópia. O fato é que somos levados pela construção vertical, um tijolo em cima do outro, onde a base, nem sei se é possível de ser observada e alcançada.

No fim, tendemos a procurar novos ângulos, que às vezes, de tão obtusos, são aparentemente de fato novos. Com cautela e senso crítico, vemos novas pelagens em velhos lobos, o problema é não cometer erros (se é que isso é possível) já dantes cometidos. Cuidado por ai! Pode ser pior tentar inovar do que cair na repetição. O novo sempre vem? Tenho cá minhas dúvidas.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Obsoleto? Não, novidade!


O romantismo, que antes parnasiano e por isso “obsoletou-se”, anda agora em Volga. Claro que o poder mercadológico do romantismo à base de seu salário (presentes, jantares e outros mimos) em nada tem de próximo com a expurgação de um sentimento. Dizer o que sente é hoje uma questão de mercado.

Para provar a incandescência de minha alma por ti, palavras? Não! Você não acreditaria! Então, naturalmente um celular, uma caixa de bombons finos e um perfume. Uma garrafa de vinho chileno no jantar, rubras rosas vindas do ABC Paulistas e claro, uma jóia (diamantes, safiras, rubis e ouro, claro!). Com esse signo, codifico a mensagem de que você é tudo pra mim, não há dúvidas.

E porque te digo que o romantismo está de novo nos Hit Parades? Ora. Cada dia mais individualistas, cada dia mais o salário diminui, os artefatos encarecem, tudo é tão mais difícil. Custa bem mais barato agora salivar, gastar língua e argumento para convencer, o grande problema é a atrofia. Sim, o que não se usa... Bem. Vivemos agora uma nova Era. Aquela em que os olhos, a poesia sincera e o romantismo não-financeiro são provas de um amor salutar.

domingo, 26 de abril de 2009

Sem Platéia


Onde há futuro, mesmo que seja parco esse desejo de haver, há certamente o desejo de completude, pois a solidão é nefasta para aqueles que desejam construir. Mas o que de fato levam as pessoas a temerem a solidão? Medo de não ter diálogo? Receio da não reciprocidade? De não ter a quem contar suas fábulas da vida? De partilhar o sofrimento da velhice e suas inapagáveis marcas?

Uma pergunta discreta, que deveria ser secreta tange tal reflexão: não é um pensamento egoístico querer viver eternamente com alguém por temer a solidão? Será a solidão a necessidade que deveríamos aproveitar para conviver pelo menos um pouco conosco? De nos aproveitar, criar ojeriza, perpetuar sementes e planejar subterfúgios?

A nossa sociedade teme tanto isso que parece refutar tal idéia e sem falso testemunho, ocorre mais do que se gostaria, encontrarmos a solidão à porta de muitos por ai, mas a convivência consigo é tão insuportável, que a solidão parece algo irrespirável, insuportável, insofismável. Letal. E se deixa de encontrar soluções para algo que não deixa de ser, em certa medida, inevitável. Aproveitar a si mesmo é uma chance rara.

Dizer a si mesmo certas coisas, usar da não presença para efetuar ações arriscadas a um olhar avaliativo, comandar todas as situações sem temer constrangimento, reger sua própria orquestra. O único mal é que não há platéia, algo insuportável para nós, seres humanos.

Quimeras Mitigadas


Onde andam as nossas esperanças? Ué, mortas antes de nós? Mas mesmo que andem sorrateiras por ai, em busca de dias melhores, o fato é que no frigir de ovos, somos mesmo mais realistas. A tal positividade exarcebada, eivada de novas sansões e repletas de reinvenções, toda essa marmota para bem-sobreviver cada vez mais está sumida.


O tal choque de realismo (ou seria realidade?) na pálpebra daqueles que temem ver, é cruel como descoberta do mal sub-júdice. Perplexidade parece ser tão cafona quanto a relação obtusa de parecer prever. Chocar-se ainda faz parte da realidade, mesmo que já não tenhamos força de mudar o mal.


No fim, o que pretendo objetivamente dizer é que essas quimeras mitigadas para bem fazer a existência parca e mesquinha já não faz mais diferença. Lá no fundo todos já sabemos que as cores desta vida não são tão coloridas e que mesmo que o desejo pueril pouco aristocrático de seguir em frente, na verdade é uma ocultação de que o peso desse ar pesa nas narinas abertas pelo horror da verdade , isso muit mais do que naqueles que inalam o veneno tal qual a sinestesia do aroma da vida cheia de fantasias. Viver bem é se submeter à loucura.


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