Alfinete nos olhos! Observar pra quê?

Alfinete nos olhos! Observar pra quê?
A intuição me parece mais lúcida que o raciocínio parco dessa gente Reality... Para outros, é necessário criticizar e aqui é o lugar!

Blog do Abuh

Destinado a refletir, a liberar os sentimentos críticos, falar sobre a vida e intercambiar pensamentos. Jardim repleto de flores e frutos, comestíveis e outros, indigeríveis. Depende do seu gosto, ou desgosto!

sábado, 29 de dezembro de 2007

Corrupção e um vale férias pra descansar!


Nós, trabalhadores brasileiros, dispomos de um mês de férias em troca de todo um ano trabalhado, labutando pra descansar apenas um doze avos do ano. Pois bem. Nossos políticos, ao qual a atividade laboral é imensamente discutível descasam três meses do ano, enquanto nos nove restantes trabalham se muito, quatro...

E ganham salários exorbitantes, pleiteiam demandas que raramente atendem o desejo popular e ainda, conseguem arranjar motivos para serem corruptos, e iniciam a chamada politicagem faceira, que nos tempos de hoje, já perdeu até a cara e a vergonha. São milhares, ou milhões de reais envoltos em concordatas e degenerações, onde nós, pobre povo colonizado, só sabemos da mínima parte. O pior está embaixo dos tapetes.

Estarão eles na Europa, nos “Estates”, em Fernando de Noronha. Gastando as buchas com direito roubado e não suado, vendendo saúde e proibindo a população de uma dignidade ao qual merecemos e queremos. Mas é claro que a corrupção aqui não é banida e nem justiçada. Quem seria louca de matar a galinha dos ovos de ouro? É um país canalha mesmo! Bem, acho que hora de tirar férias... Esse país me cansou, o problema é que não devo ler jornal, revista ou televisão. Posso acabar me aborrecendo.


Em tempo, antes que a Companhia Aérea cancele minha viagem. Ser político é um ato de fé. Fé nas suas convicções, nas suas aprovações e nas suas mitigações. O povo? Ah, que nada. Quem é o povo?

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Devaneio de um saudoso ser humano


Acabei de ler essas palavras de uma celebridade: “Como sou uma cidadã do mundo, aprendi que saudade é uma palavra que só existe na língua portuguesa”. Estranho ouvir isso, de uma pessoa que julgava ser pelo menos sensata. Parece, através de suas palavras e do contexto (ela está saindo de um famoso programa de tv) que os sentimentos são selados a partir da criação das palavras... Saudades então só existe entre os pobres colonizados que formam o País Brasil?

Ora, sem medo de me tornar parnasiano, não é por que viajo o mundo e conheço deveras suas cicatrizes e esquinas dos cotovelos que posso negar a existência de um sentimento, diga-se de passagem, grandioso, doloroso e bonito. Quer dizer que saudade não existe?

Quando as pessoas que amamos se afastam, o que sentimos? Quando perdemos alguém que amamos, o que sentimos? De momentos felizes e carinhosos, que passaram e nos marcaram, o que sentimos? Objetos que um dia nos foram importante e que por algum motivo se perderam, o que sentimos? Talvez, devamos ressignificar o sentimento, porque nenhum outro lugar do mundo caracteriza esse sentimento? Ou deveríamos ressemantizar e chamar de “dor da perda”, “vontade de ver de novo”, “desejo de reencontrar”.

Faça-me uma garapa! Parece que conhecer o mundo torna algumas pessoas bestas e simplórias. E lhe digo com o ranço de quem se decepciona: Sinto saudades do tempo em que o mundo era do tamanho que ele realmente é: grande. E as pessoas eram senão mais humildes, porque se sentiam do tamanho que de fato são: pequenas.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Víbora do Gabão


De trevas e ressurgimentos magnânimos, nada mais nos corrompe do que nossos próprios anseios e fraquejos, do que nossas embolias e letargias, do que nossa própria confluência ao confuso missionário autoconhecer. Nos destruímos, reconstruímos e novamente, aniquilamos. Muitas vezes em busca de perfeição e em outras, por sermos deveras, predadores de nossa própria extinção.

Laboriosas batalhas onde, a vitória é o ressurgimento de novos paradigmas, de novos cataclismas e de novas feridas putrefatas apostemadas que jamais se fecham. Parecemos buscar limites e concessões e onde menos devemos, mais desbravamos pra depois perceber que aquela guerra era senão desnecessária, pelo menos inútil, em outras vezes, aquilo foi importante, transformadora. Surgem mais cicatrizes e hematomas. Somos uma teia de marcas da vida, de sanguinolência e falsas percepções, de loucuras em meio a decepções.

Às vezes, de uma saga vitoriosa, fechamos algumas marcas, outras ainda persistem. Amadurecemos e nos apercebemos, conhecendo o nosso imago pueril, a nossa beleza em meio a tantas oscilações. Os outros inimigos existem, mas não importam, somos algozes de nossa própria paz interior. E o que fazer para minorar os efeitos desse corrosivo? Bem, complicada a questão. A única maneira de reduzir os danos é não repetir batalhas, não cultivar deslizes e valorizar as vitórias. Persistência nesse caso é fundamental, pois o “inimigo” pode surgir a qualquer momento, sem necessitar de um chamado. Tal qual a Víbora do Gabão se alimenta e se refugia, a espera de um novo momento propício, ou seja, sua fraqueza. Sempre faminta fica a espreita, aguardando, sorrateira. O que é salutar é que depois do ataque, podemos perceber que amadurecemos um pouco, nos machucamos muito e que esse é o mais natural e emblemático sentido da vida: lutar sempre!

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

O fim sem um ciclo... Ou seria um ciclo sem fim?



Nesse ano, o ano do Porco (leia Horóscopo Chinês), muito girou em torno do aquecimento global. Instâncias de debates, manifestações e decisões se misturaram ao disse-me-disse, ao desencanto, ao maniqueísmo e ao discurso fácil. E poluir significa enriquecer, e enriquecer não há argumento que negue, ser esse motivo, mas relevante que qualquer outro.

Existem sinais claros para mentes obtusas compreenderem que algo está errado. Calotas polares, chuvas torrenciais, mudanças de ciclo de migração de animais, temperaturas ofegantes, enfim... A verdadeira loucura, ou para melhor dizer, confusão. Nesse ano do porco, muita coisa surgiu mais agressiva, menos ostensiva e muito, muito mais discursiva. Vamos despoluir! Pensem nas focas (Ou seria crianças?) de Hiroshima! Sofram pelo Tambaqui (ou aqui seria Haiti?)! Menos emissão de fumaça, parem de fumar! Sim ao rodízio, deixem seus carros na garagem, andem de ônibus velhos que mais parecem chaminés a “barrufar” nuvens cinzas.

Há um contra-senso em meio a tanta ‘porc’aria, em meio a essa falácea ambientalista de poucas medidas eficazes, onde sinaliza que esse ano do pobre Porco significa não sujeira e sim, a força de quem pode mais, de quem argumenta errado e ainda sim prevalece. Ano de mais poluição, de temperaturas mais altas, de mais preocupações. Ano que vem? Ano do rato. Vixe! Imagina se os poderosos subverterem a máxima do “Quem mexeu no meu queijo?”. Acho melhor que os litorâneos preparem seus barcos e comprem roupas de lã. Não há o que fazer! Aliás, há muito, mas a culpa sempre é do bicho. Aqui, pobres seres “irracionais”. Nós é que raciocinamos. Será?

O verdadeiro sentido... Ou pelo menos o mais adequado.


Não trato aqui de questões epistemológicas, de alegorias católicas ou de absenteísmo cristão. O sentido do natal é plural, diverso, controverso e muitas vezes, deplorável. Dentre muitos sentidos, a fé renovada me parece legítima, visto que muitas vezes, esquecido durante todo o ano, as alturas ressurgem como vedete de glorificação, de emoção e de reconciliação com votos de fé dantes repugnados. O que antes era esquecimento ou quiçá, lembranças momentâneas em desesperos, torna-se nessa época, a matriz geral dos pensamentos, reclusas e pedidos... Por favor.

Outro sentido relevante é o da caridade, tentar minorar efeitos egoísticos e amenizar tanta concentração de riqueza em prol de pegar uma pequena parte (muitas vezes) e dividir. Claro que aqui subtrair, significa jamais se desvencilhar daquilo que é novo, o usado sempre vai na frente. Há também casos em que a entrega é total, e o mais precioso dos sentimentos são doados, esmiuçados, verdadeiras ações que mesmo que seja “fullgas”, em muito ajudam aqueles que aguardam, pelo menos, uma mão amiga.

Por fim, o sentido mais ressignificado: o presente. Não que seja ruim presentear, mas a corrida em busca de presentear materialmente, suplanta qualquer idéia de que se não pode, outras formas de presentear existem. Cartões de crédito, cheques-borracha, economias mensais absurdas, empréstimos e mais empréstimos... Natal sem fé, sem caridades, tudo bem. Natal sem presente? Jamais. Que maravilha então as liquidações, assim posso presentear mais gente. E te dou, ornado com belo papel e laço de fita. Bom mesmo é quando por dentro disso estão entranhadas a fé e a caridade.


Como isso é possível? Lembrando que podemos dar a um desconhecido algo de bom e que será importante e ainda, que maior que nós, aqui, reles criaturas em busca de sentido nessa vida, está alguém que ora nessa data nos faz lembrar que nesse momento é preciso aprender que o próximo é todo aquele que precisa de ajuda, não necessariamente de um presente.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Azaléia Grená


A Vida parece mesmo ser uma roda vida, transgressora, modificadora, alienadora. O motivo de vivermos sob a Terra parece muitas vezes inócuo, irrelevante, sem sentido, na verdade é o sentido das coisas, o fatale para a vida, a emoção guardada em silêncio. Isso pode estar contido (sem alusão aritmética) nas pessoas, objetos, seres vivos em geral. Poder estar na observação, na reflexão, na emoção, na modificação.

A Vida parece mesmo ser uma roda viva, incessante, instigante, mutante. E por mais que busquemos respostas, o ponto de vista depende de onde estamos, como estamos e com quem estamos. Como um alúvio coberto de incertezas, naufragamos em meio à chegada no horizonte e lá estamos, apesar de tudo, seguros. O mais incerto é o mais secreto sonho que se torna palpável e concreto, inacreditável.

A Vida parece mesmo ser uma roda viva, sentimental, normal, sexual. O que nos movimenta senão o amor, a esperança e a fé... E mesmo que tudo magneticamente nos pereça, a batalha está justamente, nesse poder de não sucumbir, de sair e prosseguir. Não adiantam as filosofias copiadas de ocultas sensações, o que vale são as suas deflexões e sensações, seus meios e o seu próprio fim.


A Vida é mesmo uma roda viva, letal, seqüencial, genital. Útero incessante de possibilidades, de maldades, vicissitudes e similitudes. Repleta de dores, horrores, dissabores e esplendores. A Vida é o ponto de vista de um ângulo, obtuso, agudo ou ausência de um. A Vida é ter encontrado, felicitado e valorizado. É destruir e ter força de reconstruir é desistir e logo depois conseguir, é desejar e muito em breve possuir. A Vida é uma roda viva, pulsante... Quer sentir? Coloque firmemente a mão no seu peito... O que é isso? Você, sua vida, suas paixões e suas emoções. O que fazer com isso? Distribua a quem de direito é, se assim não fizer, em nada haverá sentido em tudo isso.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

O bêbado trajando luto...


Estarrecidos, olhamos embriagados esse País sem escrúpulos estar entre os seis, em quesito economia... Engraçado. Desconfortável. Instigante. As arrecadações pertinentes e suficientes (?) são oriundas do meu bolso e também do seu, ainda, estatais “privadas” e privadas “estatais” que enchem os cofres públicos à revelia do bom-senso e da transparência. Mas tudo é tão popular...

E reflito sobre isso ébrio, tomei apenas meio copo de água oriunda daqui da torneira, que de tão cara, valoriza-se mais que garrafa de água mineral. Água pública, advinda de empresas estrangeiras, que comandam da fonte à foz todo o seu percurso deveras lucrativo... E pago impostos e pago impostos... Valorizar o quê, se já vem valorizado? Valorizar o que não o é, ou seja, povo sofrido, recursos naturais exuberantes degradados, consciência popular manipulada e sobremaneira, ode àqueles que ainda conseguem ter nesse mar revolto, algum tipo de sanidade. Isso sim, controverso, pois de tudo pode se esperar, até mesmo, a rejeição de desejos de uma sociedade que clama por atenção, mas uma atenção ao nosso discurso e não ao que julga ser o nosso discurso sem ao menos, ter nos ouvido.


Parece muito, tudo isso um circo mambembe, que não passamos de loucos, bêbados, insanos, que precisam de metas, queiramos elas ou não. Então, paguemos impostos, soframos violências das mais diversas, conheçamos a realidade maquiada, mingüemos a essa realidade torta e ambivalente. Melhor daqui sair, e procurar refúgio em Cuba. Ah, sim, que até tem “líder pra se aposentar” , como se este ou esse aqui, fossem assalariados e pagassem o alto custo de ser cidadão. Certo era aquele que bêbado, vestia luto... E ainda conseguia em um coração puro e forte, lembrar Carlitos... Nem devo ir a uma mesa de bar, é capaz de beber tanto e passar a compreender a realidade como ela é. Me deixe sóbrio. Ou será o contrário?

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

P de Permanente. P de Provisório. P de Perdeu. P de Povo!





Quem assistiu o “rico” debate dos senadores acerca da CPMF, no mínimo, se divertiu sem pipocas e pouca luz! Desgastante, hipócrita e estarrecedor momento nacionalista, pró-anseios políticos partidarista. Os que dantes fundaram o P de provisório e que permaneceram... Agora atacam os que pegaram o permaneceram no meio e ainda querem que permaneça até 2011... E nada mais inacreditável do que um bom cara-de-pau para argumentar.

Os discursos pró-povo que paga o imposto versus povo que é legitimado pelo mesmo é confuso, pois não seria anormal pensarmos que tantos impostos já pagamos e que nada de claro em relação existe acerca de benesses de um povo que trabalha e arca, sem sonegar.


Mas voltando ao circo, muitos senadores lascaram o verbo, às vezes, a língua portuguesa inteira, para dizer que nada mais “impáfio” que a tal cobrança, e o povo vai se alegrar com a ausência do imposto, os alimentos irão baixar... Mas nesse caso não é o ICMS que pesa? Fiquei confuso. E mais lindo do que isso é o desejo de que a soberania popular é a única deixa pra que isso deixe de existir... Oh... Reforma tributária já!

E aqueles que acreditam no P de Provisório por mais um pouco de tempo, dizem que a Saúde vai se beneficiar disso. Mas não foi criado pra colaborar com programas de saúde e a efetividade disso é totalmente discutível? Agora mudaria? E o Governo se vê tal qual barata em dia de faxina, louco pela perda de uma fonte pra gastos que deveria ter tido a essencialidade da etimologia do P ter sido elaborada como Permanente e não Provisória. Eita País de gente atrapalhada!

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Crepúsculo de minha vida...


Depois da aurora, do amanhecer e do iluminar, é necessário cumprir o ciclo, com o crepúsculo, o entardecer e o apagar. E mesmo que não seja uma analogia nem uma tentativa dialógica de unir extremos, se trata de uma tentativa de perceber as diferenças. Afinal, curtir a vida é um fato, saber que ela é às vezes inóspita e também de ciclo precoce, é o óbvio, acho que algo passa despercebido: o final constante.

Protelamos muitas vezes na esperança de um futuro, que é movediço. Ensaiamos atitudes na expectativa, como se a chance e a hora certa fossem chegar. Será? Porque achamos que o tempo é o senhor da razão se esse dito tempo é mais subjetivo do que a própria razão? E essa idéia de que há o momento certo não rompe a idéia de que o tempo voa e que pra nascer basta estar vivo? E porque nos moldamos a isso e esperamos? Qual o motivo de não viver intensamente agora (claro que sem se autodestruir) e aproveitarmos esse filete que temos antes de se apagarem as luzes?

No fato acho que no confiamos em algo surreal, as possibilidades! E por mais que as probabilidades sejam das ciências exatas, creio que não seja muitas vezes sensato esperar. E se você discorda de mim, veja como muitas vezes se pega dizendo que o tempo passou... Perdeu tempo! Esperou! Achou melhor depois! E se fez logo, se achou que era agora, se pensou que era a chance e por algum motivo não deu certo é circunstância, mas é confortável e confortante. Tentou. E por mais que o Sol sempre saia, todos os dias, você pode um dia não ver isso. E depois de perceber que não cedeu ao momento de vislumbrar, amanhã já poderá não vê-lo, as nuvens podem estar no céu, a lua pode chegar mais cedo ou você poderá ir tão logo... Catastrófico? Realista.

Aurora de minha vida...


Dê-me a chance de algumas palavras mais doces। O mel de meu coração, que muitas vezes assemelha-se ao fel, agora deseja sucumbir frente às lembranças। Você percebeu que a vida é tal qual raposa e quando a percebe ela já te levou, tendo o tempo como aquele que te distrai e as lembranças como aquelas que te iludem.


Mas como viver cada minuto? A vida cotidiana e moderna te empurra para o imediatismo, para o essencialismo e o pior, para o determinismo: é preciso! E mesmo que não seja preciso, tudo na verdade te ilude e contamina, e a cada dia perdemos um pouco de nós em busca de um bem coletivo (?) onde o final é o seu fim, solitário. E aquela aurora de sua vida antes, tão acariciada, passa em sincope de tempo a ser finada, e o incrível é que nem aproveitou.

Na verdade não tenho nenhuma solução pra esse dilema, afinal, todos passamos por isso sem ao menos perceber que a cada dia deixamos pra trás as mil oportunidades de ter feito aquilo, e agora é tarde! E depois ficamos nas lamentações comuns de quem se arrepende, falando de um passado não vivido, de um futuro escorrido pelas mãos e de um presente sem perspectiva, já passou. E ai, aquela célebre frase, dos tempos que não voltam mais, torna-se argumento pra dizer, que o oco daquele passado poderia ter sido tapado por um pouco de senso de realidade. O futuro não existe. E nada pior do que, aquilo que nunca foi ainda ser desejado pra voltar. Saiba que agora, é sua hora, depois, terá sido a hora que você perdeu ao menos que saiba o que quer, e querer nesse caso é fator de uma última necessidade. Perdoem-me aqui o determinismo.

Tempero baiano em meio ao nosso cotidiano.




O que é que a Bahia tem? Perdoe-me a falta de criatividade em mudar a letra de uma música de Caymmi, mas hoje me pergunto acerca de nossa identidade cultural. Aquilo que se diz Bahia nas telas de tv e anúncios de site é a Bahia de lindas praias, de uma democracia racial que só eles enxergam, do farol da Barra, Pelourinho e carnaval com trio elétrico, de baianas coloridas e do aroma sinestésico e anestésico do acarajé.

E a Bahia do sertão, das secas, da falta de água, do Rio São Francisco, do falido Cacau e do “próspero” algodão? A barragem de Sobradinho e os “filho
s sem pátria” das áreas rurais? Onde está a Chapada Diamantina, o Jorro de Tucano e a caatinga de Senhor do Bonfim? Este dito discurso de baianidade só agrada mesmo aqueles urbanos soteropolitanos e alienados quanto ao espaço total de nosso rico e belo estado.

Bom mesmo é sair daqui do Estado e ouvir o velho discurso do “de fora”. A Bahia da preguiça, da malemolência, do gingado e da capoeira, da fita do Senhor do Bonfim e da Lavagem de 2 de fevereiro. O finado ACM, a louca Ba x Vi e ainda, as ladeiras esgarçadas e a pobreza eminente. Onde está a Bahia da do quiabo e dos candomblés? Cadê a Bahia dos atingidos por barragens e das centenárias comunidades quilombolas? Onde está a beleza e atratividade do sertão e o dia de São Lázaro na pauta de festas tradicionais? Cadê o carnaval de Periperi e Cajazeiras e as humilhações de cordeiros na Barra-Ondina? Onde estão expostos os desagrados dos camarotes e a mercantilização de uma festa antes popular e atualmente, não muito? Desconfio muito disso que dizem por ai, acerca do ser baiano. Vai até o interior do Estado e pergunta se esse tempero que colocam nesse prato agrada de fato a esse povo tão bom de garfo!

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Malícias de um populista de milícias.

Minha gente, em meio à greve de fome e a um Congresso de Ciências Sociais e Barragens ocorridas aqui em Salvador, a questão dos atingidos por barragens e o tal crescimento nacional parecem ser assunto de primeira página. Mas qual o papel de nossas humildes pessoas, atingidas por violência urbana, falta de saneamento, hospitais precários e escolas sucateadas? O que o Rio São Francisco e as pessoas beiradeiras desse rio têm a ver com nossas vidas?

Imagine que ouvi nesse congresso que mencionei, um agricultor, morador da beira do da barragem do Sobradinho dizer que ele não tinha luz! Quanta obscurescência nesse país. Aquele mega-empreendimento que desalojou pessoas de seus lares e colocou (muitos deles) pra bem longe dali parece mesmo ter tido um endereço próprio: o desenvolvimento das grandes indústrias e latifundiários. E agora? Transpor um rio pra “dar” água a quem tem sede... Pobre e assoreado rio, que em sua fraqueza histórica de degradação e força poética de uma imensidão natural, tem agora nas suas veias e entranhas a missão impossível de fornecer o que quase já não possui: ÁGUA.

E um governo de discurso populista parece achar coerente toda essa estapafúrdia obra de levar água pra quem precisa, havendo outras formas de captação que não tão danosas e mil outras argumentações pra que todo esse projeto fique como tantos de importância nacional e que se escondem nas gavetas de engravatados. Será que a idéia de revitalização soa sem sentido nesses ouvidos operários? Será que um povo que sinaliza o seu desespero e a sua marginalização não corresponde a uma realidade que deve ser considerada? Será que os estudos de Universidades e Instituições de Pesquisa não demonstram o que se passa nas margens e profundezas do rio? O que me parece é que nessa milícia com discurso de desenvolvimento, até aquele tão populista parece na verdade que não corresponde ao seu papel mais esperado e sim a uma idéia de que com malícia tudo se conquista!

sábado, 1 de dezembro de 2007

Espectro de luz translúcida.


Quando não sabemos o que temos, mas isso que temos é tão vital só quando perdemos, ou mesmo só quando reconhecemos é que então conhecemos aquilo que dantes já tínhamos como vital e especial. Quando não sabemos o caminho, e mesmo que tudo pareça confuso como um redemoinho, seguimos em frente sem saber ao certo o resultado desse destino.

Quando nos tornamos opacos, invisíveis e irreconhecíveis a nós mesmos, confusos e algozes de nossas próprias sortes o que nos resta é virar o avesso e compreender o tecido que pode estar esgarçado, pois jamais fora cuidado. E por mais que a transparência seja na verdade, apenas a possibilidade de imaginarmos com mais clareza, ver de fato é muito difícil. Na verdade, os nossos olhos precisam observar, e quando isso não é possível, ele cria ao seu bel-prazer aquilo que mais o acalenta.

Mas a lei da vida é mutante, metamorfose a todo instante, renitente e ao mesmo tempo expoente, educadora e propiciadora. Imagine-se à beira de um precipício, prestes a pular, com poucas chances de sobrevivência caso pule. Não podes mais voltar. Só há uma chance de sobreviver, imagino eu: Se jogue. Caia. Mas nesse percurso diminuto em segundos só faça uma coisa. Deixe à mostra sua luz translúcida, revigore seus desejos e descarte seus erros. No exato momento da queda, aquilo que ali sobrará será na verdade, o seu EU muito melhor do aquele que havia pulado. E por que eu disse que isso seria sobrevivência? Certamente passará alguém por ti, e verá aquilo que sobrou, e se encantará. Somos sementes, possíveis de serem replantadas. Aqui não falo de ressurreição e nem de reencarnação. Falo de nova possibilidade de vida fazendo tudo diferente, crescendo e sendo pleno, falo do que seja um grão, que “tem que morrer pra germinar”.

domingo, 25 de novembro de 2007

Ainda que me jurem...


Onde estão os significados da vida que não estão expostos em Outdoors pela cidade? Onde estão os pressupostos de vida em comum, de comunidade e de solidariedade, que não estão grifados nas propagandas de rádio, tv, revistas e jornal? Por onde serão que andam os instintos de comunhão e colaboração que não se ensejam nos papéis aos montes que desempregados funcionais nos entregam nas ruas, nos carros e dentro de shopings?

Na verdade o que se vê ai não é a pulsante vida, tampouco a essência desta, é na verdade a ressemantização de uma palavra chamada pobreza, que sob a égide do ócio cultural acabou tomando conta de um espaço fadado ao bom senso e a aglutinação de pensamento, ainda que discrepantes entre si. O que vemos ai, aqui e por todo o lugar é a demonstração de quão rasa e infunda é a existência humana, onde até a soberba parece sumir em meio aos motivos torpes e imediatistas de uma sociedade inútil.

Ainda que me jurem tudo isso ser verdade, ainda insisto e acredito que na verdade as coisas podem melhorar, tomar sentido coerente e por si, tornar aparente o que sempre pareceu ser óbvio: o senso de compromisso consigo e com o outro, o aprofundamento da existência, não para baixo (aqui nenhuma ode ao inferno), mas sim algo elevado (nem aqui ao céu), talvez, a hegemonização de uma sociedade justa. Não sei, hoje acordei sem enxergar sentido nas sociedades, até o sadismo de assistir tele-jornal e ver mortes e roubalheiras, associaram-se a um programa de turismo que mostra Versalhes e o fraco time de futebol ganhar de 2x1. Quanta inutilidade.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Oba, a coisa ficou preta!




Se deNEGRir, tem algum sentido racista por trás disso, penso que seria melhor em pensar, em outras obviedades de uma sociedade tão esquizofrênica e surreal. Quando se fala que a cor negra é a cor do pecado, não se preocupe em perceber nessa frase a clareza e de um racismo engendrado. Por que pecado? Quando pecar foi bom? A não ser que ressignifiquemos tal expressão e tomemos a semântica PECADO agora como “coisa” boa e natural. Como não somos de todo católicos, preferível não comentar.

Em dia de uma consciência, me pergunto se a tal não é de cunho libertador, afinal de fato e direito somos todos iguais e assim como paladar, quem quiser que sinta os seus... Sendo assim, a coisa ficou preta, pois a cada dia, percebemos que cada um se percebe enquanto ser escuro e de beleza própria, e antes que isso se torne uma moda, corra e se olhe no espelho, essa infantaria de modelos pode um dia bater à sua porta e sua cor passar naturalmente e sem traumas como algo fashion!

E agora sem medo de pecar, afirmo de pureza de alma negra que há certas verdades inescapáveis: a cada dia milhões de frases, atitudes e silenciados pré-conceitos pairam em nossa sociedade hipócrita e esbelta, e sinto ainda frases como “fim de um racismo” e “democracia racial” entoando mais o grito de uma turma que deseja que isso seja esquecido, em tentativa de silenciar a verdade de um povo que quer que isso seja lembrado e aniquilado, deixando nossas mãos limpas e não mais pútreas, colocando nossa alma limpa e negra à mostra e não se adequando a uma “alvejância” necessária à sobrevivência, transparecendo pela tez negra aquilo que de fato somos: gente!

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Rapsódia.



Desconexo reflexo de um amplexo que me deixa perplexo, e meio sedento confesso que nesse estado em que essas coisas andam, é preferível tomar aos braços a força bruta e esquecer que o raciocínio e os diálogos são frontes de batalha.

Embora se esforce pra seguir o materialismo capitalista deveras egoísta, há certo apego, afinal, seu suor está contido ali, é parte de sua vida e de sua batalha, conseguira comprar aquele lindo alfinete. É seu, por direito! O pior é a inveja ou seria malícia (?), causada nas pessoas, que mesmo sem perceber o que tens, querem aquilo que tem. Isso na verdade não é mero colapso social, é também a vontade de ter! Não se deve andar por ai mostrando seus alfinetes a torto e direita, certamente ficará sem ele, alguém levará. Não temos mais a liberdade de possuir, temos agora que ou desistir de ter ou ter só pra si, quando possível.

Não, que loucura! Temos o direito, acabou a ditadura, ou melhor, a ditadura militar, existe ainda a da beleza, da alimentação, dos preconceitos, mas o fato é que estamos sitiados em nossos próprios sentimentos. Não há mais coragem pra mostrar aquela aquisição explosivamente capitalista por mais que seja simples. E nessa época em que vivemos onde desconfiar é preciso, guarde pra si seus alfinetes, por vezes o “cultue”, o utilize e desfrute do prazer, claro que solitariamente. Nessa rapsódia que é a sociedade, prudência significa inteligência.

Aqui não é possível ter alfinetes, ramalhetes, confetes, serpentes e nem brilhantes mentes, tudo é passível a ser roubado! É um assalto!

O engodo de um algoz.



Feriadão, feriadíssimo, feriadérrimo! Hora de descansar e se cansar ainda mais, esse momento é propício pra proclamar. Ué, mas é feriado de que? Certamente algo importante pra o Brasil, mas a mim, em nada importa. O que me importa fatos passados, eu quero mesmo é ir a praia e tomar todas. Esse feriado é de que mesmo?

Nesses nossos tempos de mentes rasas e despreocupação com o contexto e preocupação deveras com o pretexto, essas horas são pra subsumir, pra se aniquilar como ator social e passar a ser ator do ócio e da mutilação alienada. Hoje, é data de aniversário de Durkheim, que dentre tantos outros legados importantes, mostrou a existência de uma “Consciência Coletiva”. Ele partiu do princípio que o homem seria apenas um animal selvagem que só se tornou Humano porque se tornou sociável, ou seja, foi capaz de aprender hábitos e costumes característicos de seu grupo social para poder conviver no meio deste.

E por mais que o aniversário de sua morte não deva e nem seja o motivo desse feriado, esse legado cabe como luvas de amianto nesse momento nada rico de debates e reflexões। E claro que numa mesa de bar, calorosa como ventre materno, o bom mesmo é falar bobagens. Mas isso me lembra o sentido da euforia, onde se fica ensandecido, feliz à vera, mas não se sabe o porquê! Por favor, aproveitem a data de Proclamção da República e socialize-se, seja numa mesa de bar ou no âmbito privado do banheiro, é necessário ter sentido nas coisas, ao menos que Durkheim tenha dito alguma bobagem e na verdade, realmente ainda sejamos seres selvagens.




Em tempo: Marechal Deodoro não deve estar ao lado de Durkheim nesse momento। Naquela época, intelectuais e militares não eram miscíveis. Bobagem, mero embate entre brutalidade e inteligência.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

A destreza, a aspereza e a realeza.



Uma amiga querida me mandou certo link de vídeo by YouTube e fiquei pensando... Estamos numa avalanche moderna ao qual certos habitus se perderam em meio ao esquecimento. A desconfiança, a violência, a vida corrida ou até mesmo, a insensibilidade, nos tiraram o melhor de nossos genes ditos racionais: a elegância.

Não é necessário ser da Coroa Ibérica (com graves controvérsias), pra saber que educação não significa tempos com a bunda na cadeira em uma sala de aula, é algo além disso, e põe além nisso. Então, educados, saímos às ruas ou seria selva (?) em busca de socializar. Simplesmente cumprimentar uma pessoa exige destreza, pois ela pode não te responder e até mesmo, te agredir, sim, porque estamos tão ásperos socialmente que até bons gestos podem tornar-se indigestos.

Via no jornal dias atrás, que um rapaz avisara sobre uma porta de carro aberta em meio à rodovia, foi perseguido, espancado e quase morreu, mero gesto de gentileza em meio a selvagens. E ele depois afirmou, que jamais teria tal atitude, “quem quiser que caia do carro”. E essa contagiosa hermenêutica vai a nós dilacerando e cada dia mais nos tornando menos dignos de estarmos em convivência com outras “pessoas”. Ainda sim, cumprimente, agradeça, se enalteça por ser assim, afinal, cada dia é mais raros, gestos humanos. Não é necessário lutar, mas o mesmo caminho que o mau exemplo contagia, o inverso também pode e deve acontecer!

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Arrote, você não está sozinho.







Antes que se pergunte, não escrevi isso ébrio, apenas, ao ver uma propaganda da “loira”, pensei acerca de algumas coisas acerca do bom hábito de refletir. Se Alex Fleming dizia que "a penicilina cura os homens, mas é o vinho que os torna felizes", quem sou eu pra retrucar alguma possibilidade de esculhambar algo tão antigo e valorado.


Mesmo que a desculpa de Amphis: "Bebe e diverte-te, pois nosso tempo na Terra é curto e a morte dura para sempre", seja talvez uma loucura para seres de mente (ou seria coração?) religiosos, a verdade é que aproveitá-la é uma escolha e não uma diretriz. E nesse quesito da bebida com teores de álcool, lembra-te: "Dado que o homem é o único animal que bebe sem sede, convém que o faça com discernimento”.




Apesar dessa máxima um tanto quanto óbvia e lúcida, o quase bêbado Burns já era lúcido mesmo depois de algumas taças, copos ou talagadas: "Na realidade, basta um drinque para me deixar mal. Mas nunca sei se é o 13º ou o 14º”. Ele pensava que "o primeiro chope é bom para a saúde; o segundo é bom para o prazer; o terceiro é bom para a vergonha e o quarto é bom para a loucura”.


O ato de beber tem mil motivações, ou para tornar as outras pessoas interessantes, para se tornar interessante e até, para perder o interesse em tudo, se desligar। Levant sabiamente invejava as pessoas que bebem, pois pelo menos têm alguma coisa em que botar a culpa, afinal inebriar-se, embriagar-se ou encharcar-se, é escamotear a realidade para um copo ou mais. E vamos e convenhamos, por mais que isso seja tão repulsivo depois de uma gloriosa ressaca, combinemos com os nossos fígados de testemunhas, às vezes beber transforma o impossível e em singular possibilidade real, por mais que certas vezes o antiácido não compreenda as pós-lamúrias. E pra todos e todas que não se abstêm de tal exercício, termino com a célebre frase de Jânio Quadros: "Bebo porque é líquido, Se sólido fosse, come-lo-ia”.

Quando os placebos são a nossa única chance de cura.



Sabes o que é placebo? É um tratamento inerte, que pode ser na forma de um fármaco, e que apresenta efeitos terapêuticos devido aos efeitos fisiológicos da crença do paciente de que está sendo tratado, ou seja, parece remédio mas na verdade, não o é.

Esse efeito imaginativo-curativo onde na verdade, não há nada de concreto (apenas farinha ou quiça, soda cáustica) que ali tenha a cura, acontece em muitas de nossas situações cotidianas, onde o surreal parece ser absolutamente real. Vou te dar alguns exemplos: o seu salário, que é maravilhoso (um leve pigarro) e chega no fim do mês não dá, e só esticando, mas você ainda consegue ir ao bar e encher a cara. Aquela falta de apetite, pra consolar a falta de condições de aumentar o volume de alimentos e mesmo sem comer, você engorda a cada dia mais, quase desesperadoramente. E ainda, aquela vizinha que de tão amiga, sempre lhe ajuda, mas por mais que se queira, ela acaba levando mais vantagem que ajudando a sua pessoअ cura.

Esses efeitos placebos são comuns e pouco aliciadores de sua paz espiritual। Agora imagine você votar em uma certa criatura e depois ela sumir, dizendo em Tv’s, rádios, jornais e sites de internet que fez isso e mais aquilo. Mero placebo. Aquilo em nada muda a sua vida, nem a de seus vizinhos, tudo está na mesma, desconcertantemente igual. Mas ainda assim acreditas no milagre de que no futuro, essas “obras” emergirão e trarão senão a revolução, talvez uma mudança significativa. E ai, três anos se passam e o desaparecido aparece, já se anuncia a próxima eleição. Ai, o efeito deixa de ser placebo e você já pode (e deve) vestir uma camisa “maneira”, colar adesivos e até, receber um vale gás... Ah, mas você não percebeu, o medicamento é o mesmo. Ruim e indissolúvel. O futuro vai chegar e passar por você, e aqueles comprimidos, tão verbais ouvidos por ai, na verdade são farinha e soda cáustica, que ingeres de quatro em quatro horas, você jura que está resolvendo mas na verdade, é mera ilusão!!! Conselho: mude o remédio, ele deve sempre ser eficaz!





E mesmo que o “farmacêutico” jure ser muito bom o remédio indicado, sempre procure uma segunda opinião!

Receba essa galinha pulando!



Quando da democracia, há tempos atrás, percebia-se certo “revolucionismo” por parte dos conservadores signatários da coroa brasileira. E tudo era anarquia, logo eles que jamais admitiram a liberdade de espirrar, inundavam nossas vidas chinfrins de palavras intelectualizadas e marchas às belvederes, afinal, pra relaxar é preciso comprar.

Agora, essa mesma aristocracia pagã volta às celas de nossas casas justamente no “hall” dos enlouquecidos violentos। Estaria a burguesia querendo chamar atenção para algum fenômeno social até então desconhecido? Estariam eles sob “choque de realidade” e buscam dar sentido à suas existências torpes?

Sim, por que os bandidos de Alfa Romeu, Sedans e air-bags nada opcionais andam por ai agora se divertindo em machucar, matar e até, pensem vocês, roubar! E se já não bastava as vítimas do ócio mental e financeiro eliminar dos nossos dicionários o verbete PAZ, ainda temos que nos acostumar (mal quase impossível de afastar) com esses santos de marca maior (me perdoem o trocadilho) invadirem os espaços até então já equilibrados pra tomar a nós, pobres cidadãos como flagelados de uma guerra dentro de outra. E cá me pergunto: Se a democracia os incomodava tanto, imagina se essa justiça tão democrática a favor deles não existisse, se por acaso seus relógios Rolex combinariam com o ato de enferrujar numa cadeia suja acompanhados de muitos pobres pra lhe ensinar o que são motivos pra mal-fazer? E ai? Receba essa galinha pulando!

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Ser negro, preto, retinto e azeviche. Quem quiser que corra!!!


Em um país cada vem menos colorido ainda percebe-se no ar e nas palavras o dito preconceito de raça. E por mais que se negue (sobretudo os brancos de alma) e que não se sinta (nesse caso os “brancos” de pele) a verdade é que cada dia mais se percebe que ser preto no país verde-amarelo é padecer, e muito!

Outrora, via perplexo uma senhora de tez amarronzada (entenda aqui como branca nórdica) sair de seu assento no ônibus após um rapaz dois tons acima sentar ao seu lado. Não, ela não ia descer no próximo ponto, ela na verdade sentiu medo. Não é meio louco achar que via de regra um preto lhe assaltará?

Mas ai eu vou e volto, coisa de gente preta. Onde vemos um médico retinto atender a aristocracia dessa cidade provinciana? Qual advogado é visto ganhando causa de burguês maluco que esqueceu da realidade? Quem de vocês viu uma madame preta passear pelas alamedas e belvederes da vida trajando roupa suíça e perfume zambiapunga? Qual de vocês percebe que ao seu lado, na hora do jantar, fenece ali uma pessoa preta e de marré-marré-marré (desculpem a infantilidade aparente)?

O fato é que não nos enxergamos pretos e não enxergamos nos outros a obviedade de uma história que nos misturou, e ainda que isso tenha ocorrido nos pintou de cores escuras, latentes e inegáveis. Se você nega ou tem medo, então corra!

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Borra de café e uma oração forte!


Nesse país onde até as lendas de um folclore peculiar se afastam do espírito nacional, (sobre) viver é a cada dia que passa, impossível. E mesmo que estejamos lutando contra um maremoto forte demais pra ser superado, parecemos (e perecemos) desconhecer a realidade.

Até em nossos lares nada seguros, podemos (e seremos) tornar-nos vítimas das mais loucas vicissitudes. Imagine-se com família, incluindo o cão e o jabuti, numa refeição parca, porém suada e cai, em suas cabeças (literalmente) um avião. Na hora, aos vizinhos isso parece o fim do mundo, mas na verdade é o fim de seu lar e pior, o fim das pessoas que sempre foram pra você, a única coisa de boa nesse mundo nada fatalístico.

Dois dias depois você acorda e a sua frente um quadro com uma senhora de branco pedindo silêncio. Mas não estava jantando com a família? Ande, arrume-se, ainda dá tempo de chegar ao velório. Aqui jaz! Mas o que houve? Latrocínio ou seqüestro? Caia na real, o surreal aconteceu.

E me perguntas se há o que se fazer! Penso que existem poucas saídas. Uma delas é ler a borra do café, que dizem ciganos, que mostra parte de seu futuro, e claro estar que nesses momentos, não há nada mais providencial. Ou então, apelemos para o trivial, e oremos. Quem sabe assim, essas coisas tão cotidianas tornam até a sua velhice apenas lendas de um folclore super macabro.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Finados ou refinados?



Amanhã se celebra o dia dos mortos, que amamos um dia ou os que nunca vimos pessoalmente. No sentimento, saudades e muitas vezes, tristeza, que uma ausência como esta causa, sem a menor condição de reposição.

Mas não é preciso chorar, isso de prático, no fundo, não é nada. Orar, desejar bom lugar ou mesmo nem lembrar, talvez sejam atitudes que tragam melhores resultados. Mas há quem ache que tratá-los como Majestades resolve a dor... Transformam sepulturas em Taj Mahal de luxo e riqueza, onde só faltam microondas e freezer, para as cervejas, naturalmente para o falecido.

Sem falar que nessa data, os túmulos célebres tornam-se mecas de visitações, orações e chororô... Saudades de um talento, de uma presença ou de nada, apenas por que fez algo que quase ninguém nem se lembra (Celebridades são eternas e isso é ao pé da letra). Mas esses sarcófagos são sempre espetaculosos e mesmo os que em vida em nada tinham de aristocráticos se vêem embaixo da terra com um peso sobre seus esqueletos que só opulentam a imagem do outro sobre o que foi sua vida. Afinal, temos a mania de procurar ídolos e forjar heróis, e os mortos não se defendem.

Mas não é estranho que não valorizemos a vida e necessitemos de seres já idos para nos acalentar em tempos que ainda virão? E achamos isso a última moda, último grito no dia 2 é estar à beira de um Resort (ops, cemitério) visitando alguém que jamais vimos. Esses deuses tão refinados moradores de castelos se pudessem falar certamente diriam:
Por favor, vassalos. Vão cuidar de suas mães e cães! Ah, e já que estão por aqui, tragam pra mim aquelas meias de lã e um livro do Harry Potter Por favor.

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Dois litros de Lexotan®.


É verdade, realmente andamos por ai, absortos! A cada passo ou piscar de olhos nos deparamos com situações aos quais é difícil manter a sintonia normal do nosso psicológico. Mas se decidimos deixar de sair e nos enfurnar em casa, lá está a TV a mostrar as mesmas cenas que antes, preferi me abster pra não me indignar. Decido desligar a tv, mas ouvir a rádio dá no mesmo, vamos então abrir uma revista... Ledo engano, a mesma realidade (irretocável) está lá estampada e comentada às vezes com mais detalhes do que a própria imagem. Decido então dormir, mas parece que os sonhos estão sendo captados pelas antenas de TV, ou pelas freqüências modulares das rádios ou pela energia da revista que está lá na sala. Sonho (ou será pesadelo?) com a realidade.

Será que está difícil viver no mundo de fantasias? Tem horas que gostaria de me refugiar lá, pelo menos, teria dois minutos pra sossego e ainda ganharia dois tostões de alegrias. Tem horas que a realidade assusta, incomoda e muitas vezes aflige quase ao desespero. Não é possível fugir, nem mesmo ao seu mais íntimo refúgio, pois nele estão marcado a ferro e brasa esse invólucro de perturbações e conturbações de nossa sociedade.

O que resta mesmo é tentar mudar essa realidade (quase instransponível), se adequar a ela (quase impossível) ou tomar por dia antes de sair, dois litros bem medidos de Lexotan! Aliás, acompanhado de um copo de whisky. Assim quem sabe não enxergamos uma realidade diferente, somente possível quando nossa mente está em lugar onde nem a fantasia pode impregnar de tanta realidade e onde conseguir imaginar algo que não seja tão cruel como o real seja possível. Ou não.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Fica com Deus! Depois devolve!


Caramba, nem mais o imaculado leite de cada dia está livre dos nossos Arquitetos de coisas ruins. E não é querendo ser maniqueísta não, mas é que está cada vez mais difícil, acreditar nas pessoas humanas, físicas e jurídicas desse País. E ai, só recorrendo mesmo a Deus pra ver se alguma providência é dada, talvez nesse caso, ele tomando a frente da Agência Sanitária ou então, ocupando nossos estômagos e fígados, nos defendendo da soda cáustica e da água oxigenada inimigas!

E mesmo que ele vença, terá que fazer curso Senai, por que a cada dia nos exigem capacitação pra tanta maluquice e tantas espoliações de maldade em cima da coitada da bondade. E ficamos reféns, dando leite imaculado aos nossos próximos contendo quiçá, pó-de-pirlimpimpim. E ainda dizem que nada há de demais no quesito abalar a saúde humana, será? A seguir cenas dos próximos capítulos, naturalmente se nossos rins, fígados, estômagos e pâncreas não desistirem.

Agora imaginem se a Vaca desistir, certamente esse leite será a última da moda: é leite, não vem da vaca, tem soda cáustica e não faz mal à saúde. Olha, sei que cada um tem seu próprio Deus, mesmo ele sendo um só. Então, por via das dúvidas me despeço: Fica com Deus! Depois devolve, ok?

A Rubra-Rosa ainda não despetalou.

O que é ser poeta! Resposta secreta: alguém já ouviu falar? Pergunta incorreta: É um deles?

Bem, quase como uma Confraria, mas de pele e também estrias, andamos por ai, quase sem sorrir, pois se motivos existisse, todos também sorririam e também seriam poetas. Um sorriso pálido, esquálido, ácido e de poucos dentes na boca, afinal, temos coisas mais importantes pra cuidar...


De mente aberta, pois nem adianta fechar, pois arrombam. Se sociologia discreta em meio a tantas criaturas rasas disputando um lugar no Circo. Com sentimentos secretos, pois mesmo você lendo, jamais saberá de fato a imanência desse ser. E mesmo que não sejamos de fato imanentes é eminente o conceito de realidade e também, espiritualidade que toma nossas veias sem pagar IPVA।

E se não entendes é porque talvez não se entendes como poeta, e mesmo que isso seja sua meta, não há de se escolher algo tão difícil e doloroso, ao menos que sua veia de escritos seja nas linhas de por na boca de cantos o seu dissabor. Mas se espera que leiam por graça e insurreição sentimental ai sim és um poeta, que pos mais que seja rubro e róseo, e que isso esteja tão fora de foco, sabes que ainda não despetalou.

E antes que caia uma última pétala, saibas que de um poeta só se esperam duas coisas: que exprima seus sentimentos e que com suas palavras ainda simbolize ao pé-da-letra o sentimento alheio.

O balé do Lé-sem-cré!

O fabuloso Balé dos Corifeus deste País tão futebolístico!



Oba! Que maravilha! Sediaremos a copa de 2014 e quem estiver vivo até lá poderá assistir a uma das poucas menções patrióticas de nosso povo nada neurótico. E por mais que suas panelas estejam vazias, gastará R$ 500,00 para comprar ingressos lá nos fundos da arquibancada, afinal vale muito a pena.

Sem trocadilhos, a pena mesmo é que será um dos raros momentos de abuso de alegrias, sem precedentes. Mas concorremos solitários, até a Colômbia (bem armada e potência em narcóticos Mundial) deu vez ao “Gigante pela própria Natureza”. E comemoramos, a vitória anunciada há tantos meses, somos os cicerones de mais uma copa do Mundo.

Atenção retire sua peruca, camisa e bandeira do guarda-roupa. Afasta as traças e o mofo, já é hora de torcer, e agora sim a disputa será ferrenha e pra valer. Teremos que ganhar de corruptos que ganharão em obras superfaturadas horrores de dinheiro, teremos que ganhar do povo que anseia por entrar nos estádios e se deparará com os preços exorbitantes, teremos que torcer pelo próximo Presidente que certamente estará reeleito para a bendita Copa e teremos que torcer pra que consigamos ao menos, fazer uma meia-sola e receber os turistas futebolísticos sem uma arma na cabeça e um punhal na mão (coisa deveras difícil).

E por fim, torcer... Torcer de verdade pra que não façamos como na Copa do Brasil em 1950, e percamos na final, para um país que justamente nesse processo bem “democrático” nos deixou sediar a linda copa de 2014. Por favor, pode passar!

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Loucos Ltda


Dizem que todos somos loucos, mas quem na verdade fez essa afirmação? A única criatura sã que já pisou na Terra? Formidável! Inacreditável então a falta de homogeneidade nessa loucura tão humana, pois cada qual sabe do seu cada qual, onde lhe apertam os calos. E isso não é necessário loucura, afinal... Quem somos nós pra dizer que fulano é louco? Aliás, será que alguns realmente não nos soam como loucos?

Será mesmo que a maconha é tão prejudicial que não se possa vender nos supermercados e bares, como cigarros de tabaco, cervejas e balinhas de açúcar? Por que os loucos usam feito loucos escondidos e me parecem favorecer bandidos que se fossem Ltda ou S/A, talvez não achariam graça do tal negócio.

Será que legalizar o aborto diminui criminalidade (ouvi isso de um Carioca nada louco)? Sim, por que só pobres “produzem marginais, e a aristocracia contemporânea apenas copia essa moda pra serem alternativos e condizentes com a realidade!”. Viva ao povo bonzinho!

Comentam pelos corredores e becos da cidade, que a vida está cada vez mais fácil, mais oportunidades e menos discriminação. Não sei dizer. É que moro em Netuno e venho aqui à planeta Terra apenas pra comprar pão... Essa realidade daqui é muito confusa, mas não foi por esses tempos que mataram índio, agrediram doméstica, estrangeiro na Inglaterra, chutes em mulher lá na Espanha? E ainda que aqui na Bahia (quiçá Brasil), ah, me perdoem, existe democracia racial? E certas coisas ainda são proibidas!

Acho que essa reflexão me fez compreender que na verdade somos mesmo loucos, sócios de uma empresa infalível, chamada Loucos Ltda.

Não conte a ninguém!





Psiu é segredo!!! Se não conta seus segredos mais íntimos a sua calcinha ou cueca, certamente procura alguma orelha pra desabafar. Como diria Benjamim Franklin: "Três pessoas podem manter um segredo, se duas delas estiverem mortas”. Na certeza de que aquele momento é apenas um mero desabafo (ou não), você se abre e conta em detalhes aquilo que te angustia, aflige, mutila o juízo.

É quando me reporto a Pitágoras: "É mais fácil conservar na língua um carvão em brasa do que um segredo”. Aquilo que julgavas ser sepultado na memória do coveiro (aquele que ouve), por apenas alguns segundos, retorna a vida, ainda mais forte e passa a ser um fantasma vivo a te perturbar: "Quem revela o segredo dos outros passa por traidor; quem revela o próprio segredo passa por imbecil”, já dizia Voltaire.

E esse momento seu, é massacrado pelo maldito arrependimento, "Se queres que outrem guarde segredo, guarda-o tu primeiro”, (Sêneca). Coisa maldita, criatura infame, por que fiz isso? Ora bolas era um segredo e não notícia de primeira capa.

Digo isso, por que guardar segredo é uma arte, alguns a dominam outros, jamais dominarão. Então, muito cuidado, "A embriaguez e o amor revelam os segredos”, pois então, elimine da sua vida, esconder algo, pode ser terrível nesses momentos de relaxamento não controlável e não conduzível. E já temos problemas demais, pra viver o martírio de guardar pra outros e de outros, segredos.

Termino com a frase intrigante de Pagnol, mas não o conte a ninguém: "O segredo mais difícil de ser guardado por um ser humano é a opinião que tem de si mesmo”.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Faraônicos, Napoleônicos, Babilônicos e jamais, Brasileônicos.



Imagine você, se os políticos que hoje são oposição (ou vice-versa) invertessem seus papéis, apenas por segundos... Será que eles atacariam as obras desnecessárias? A má administração? Problemas sociais não resolvidos?

A força do discurso nem sempre está na concordância, mas no que você precisa acreditar pra que eles tenham, talvez, algum sucesso. E me pergunto, se refletimos sobre o que vemos e ouvimos, se somos críticos ou se engolimos cada palavra como uma realidade indiscutível e cheia de provas (olha ali, não vê?). E esses loucos que adoram discursos faraônicos, cheios de palavras confortantes, caso você vote nele, às vezes em nada, poderão lhe ajudar.

E aqui em quem acreditar? Nos loucos napoleônicos, transgressores, renovadores e ilibados de alma e índole? Seriam eles a solução e coitados, ainda não tiveram todo o tempo necessário pra mudar e melhorar? Engraçado é que os que já foram e querem voltar, sempre dizem que muito foi feito e que ainda dá pra fazer muito... Como tenho quatro graus de miopia, às vezes não enxergo (corro no Oftalmologista). Aqueles que estão e têm o poder, dizem que fazem (mas ainda não fui ao Oftalmologista) e falam que ainda farão mais!

Gostaria que ao inverso desse universo Babilônico, que brotassem de “trevas” ou da “luz”, seres genuinamente Brasileônicos... sem naturalmente, rimar com a palavra camaleônico. Viva ao povo!

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Sapo cururu





As idéias revolucionárias de mentes libertárias muitas vezes com pudores de genitálias podem mudar o mundo? Porque criaturas que muitas vezes sonham em mudar o mundo não mudam sequer suas vidas pra que isso ocorra e ainda comentam, em reuniões (em mesa de bar), que essa mesmice precisa ser chacoalhada?

Quando olhamos as atitudes, percebemos a frouxidão que se instaura, e na verdade, é a mudança necessária que começa em você, depois te sigo, quando a pior parte se completar। E o sentimento coletivo não é daqueles de união, tão pouco de percepção e sim, de apenas provocar pra outro a luta entoar.


E então, mesmo assim, mudamos alguma coisa, nem que seja o núcleo familiar ou o bairro, pelo menos um pouquinho, o que no momento parecer ser o máximo, a glória... Mas se fosse algo com mais soldados a guerra poderia tomar outra proporção, e mesmo sem munição, essa JOÇA poderia pelo menos visivelmente mudar।



Que tal uma confraria para os que arregaçam as mãos? Sendo francos na sua convivência, amando fielmente seus amigos e amores, refletindo permanentemente sobre esse cotidiano perverso e entendendo que como está precisa mudar. Atenção! Aqui não é permitido Sapos Cururus, que só cantam quando têm frio!

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Dolce & Gabbana pra tomar banho de lama

A Odisséia em busca de se tornar Santidade! Ou Sumidade!




Hoje reflito sobre a importância e necessidade de estudar. Ah! Desculpem-me, quase em deja vù, sinto meu corpo nu, visto que ao tratar desse assunto, estou também falando de mim. Sim, porque anos de estudo me permitem estar aqui, escrevendo pra vocês a partir de reflexões que as leituras me conferiram.

Claro, que o sertanejo dos cafundós desse Brasil grande demais pra ser um só, também terá a mesma facilidade que eu, pra refletir sobre as mesmas coisas (ou não), sua opinião pode variar (ou não), sua escrita pode rabiscar (ou não) e até sua mente pode pifar (ou não!!!). Quero dizer com isso, que horas com o traseiro sentado frente aos livros e aos loucos que leram antes da gente pra nos ensinar não nos fazem melhores e nem tampouco especiais.

Decerto que estudar, nos permite avançar e refletir sobre etapas e processos de nossa sociedade, porém não é certeza de não distorcermos as coisas, visto que a realidade é uma só, mas as múltiplas interpretações é que são elas. Então, refletir sobre Nietzsche, Durkheim, Freud ou Marx em nada nos endeusa frente aos outros.

Por isso acho graça, quando os superiores-seres-de-porra-nenhuma chegam pra esse circo chamado sala de estudos trajados de Dolce & Gabbana. Oras, pra que mesmo? Ali é um momento, ao meu ver, justamente contrário a uma cerimônia no Castelo, visto que bocas banguelas estão ali justamente pra mastigar pedras.

E saímos enlouquecidos, com as mufas em desespero, sonhando entender o mínimo, colocando-se em momentos não oficiais (gargalhadas), a cabeça em reflexão. E compreendemos. E repassamos. E nos endeusamos. No fundo, ali temos uma posição, uma reflexão, pois se pensarmos direito, não estamos compreendendo a totalidade e sim, mera parcialidade.

Logo, essa dinâmica de aprender me parece um local de sujeira, onde nós, sem eira-nem-beira, agora com poucos dentes na soleira, tentamos insuflar de uma besteira, a razão pra nos elevarmos. E logo, com trajes Dolce & Gabbana, subimos aos céus de lama, com nossas mentes em chama, dizendo ao outro, que se abaixe sobre a realeza e aprenda com a nossa esperteza. Talvez uma roupa de chita, ornada com fita, demonstrasse mais nossa condição. Talvez, conhecemos mais de determinados assuntos (e isso é legal e PODE ser importante), mas porque isso nos endeusa? Apenas por achar (e discutivelmente), que um Dolce & Gabbana não combina e nada com um banho de lama?
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