Alfinete nos olhos! Observar pra quê?

Alfinete nos olhos! Observar pra quê?
A intuição me parece mais lúcida que o raciocínio parco dessa gente Reality... Para outros, é necessário criticizar e aqui é o lugar!

Blog do Abuh

Destinado a refletir, a liberar os sentimentos críticos, falar sobre a vida e intercambiar pensamentos. Jardim repleto de flores e frutos, comestíveis e outros, indigeríveis. Depende do seu gosto, ou desgosto!

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Fala que eu te escuto!


Essa onda de moratória à inteligência humana às vezes é gritante. Parecemos vítimas indefesas diante de fatos e ilações de uma sociedade multicultural. Oras, na periferia a relação entre o que é dito e é entendido é, às vezes, muito diferente da zona nobre da cidade. As pessoas estudaram menos, têm o hábito de ler e refletir com mais dificuldade e acham que o popular é mesmo aquilo que de mais simplório existe por ai.

Isso não é bula de remédio, há sim diferenças, mas o fato é que certos produtos ferem demais o conceito de erudição, a que tantos dizem possuir, por preferir Bach a Bonde do Tigrão. Não é disso que estou falando. Estou insinuando que há certos apelos que é melhor não consumir, pois acrescentar mesmo... Créu, créu, créu... Ops!

Mas se dançar e cantar, vociferando como loucos certos sentidos (duplos e triplos) como sinal de felicidade e humor é legítimo, tudo bem, mas então não me venham falar de modismo ou de censura. Que hipocrisia é essa de que algumas coisas podem e outras não? Choca ver violência na tv em uma telenovela às 19 hs? Choca ver dois homens (ou mulheres) se beijando às 21 hs? Choca ver cenas de alcoolismo em plena 22 hs? Ah! Que estranho.

Mas não choca ver nas praças o Povo dançando em fila, com letras nada pudicas mencionando sexo e sabe-se lá mais o quê! Dizer que “um tapinha”, “vem chupar”, “desce com a mão não sei onde...”, “já dei”... Bom... Vejamos. Será que a origem do material que conta? Aquela porcaria vinda do populacho nesse caso tem um valor que o resto não possui? Ah sei. É por que esse material vindo da pobreza reflete a realidade lá vivida? Bem, então ta: Fala que eu te escuto!

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Quando a Fé e a Fé não são xifópagas.



Hoje é um dia importante para os Apostólicos de Roma. O Doutor Papa aniversaria, mas não coincidentemente está em visita aos EUA. Oras, que outorga mais pluralista para um maniqueísta tão singelo.

E não ao aborto, casamento entre homossexuais, pesquisas com células-tronco, uso de camisinha (e demais controles de natalidade e doenças). Nossa, que Mundo feliz e pacato vivemos. Tudo é tão bíblico que a serpente virou amiga da águia e juntas fazem até crochê.

Mas sua face (a do tal Papa) é tão pueril que impossível (?) não se apaixonar. Trata-se do representante divino, ilibado e livre de pernosticismo, a não ser pelas tamanquinhas vermelhas. Hum... E o Doutor Guerra dos lados de cá é tão sacro-santo que merece visita na época da comemoração de tão importante nascimento. Mas não é natal!?! Certo, perdoe-me.

É que me confundo com certas fístulas que me aparecem no juízo. O Papa e sua religião condenam valores morais contemporâneos e necessidades como se refletissem pelos olhos de quem a exercita. E o que fazer com as freiras e padres homossexuais? A idéia da fogueira não me parece inovadora. E as doenças que surgem e são passadas de criatura em criatura, além de seres indesejados alijados de qualquer noção de humano?

Mas são justamente esses pseudo-santos que se reúnem e fazem “social”. Que mitigam a sociedade a um levante irracional, onde o Céu é o limite. Mas Fé em quê mesmo? Fé de que matar por motivos torpes e de interesse nada supra-nacional é normal, enquanto milhares “matam” todos os dias seus fetos por não quererem “aquilo” para suas vidas. Alguma diferença? São os mesmos que dizem que as “bichinhas e sapatonas” devem sim, recorrer ao de Baixo para conseguir resigno e que logo depois abençoam a "tôrta" e direita, com suas águas bentas e gliter, e munhecas soltas e bastante calor ante suas vestes.

A decência é mesmo algo de quem olha. Façam-me o favor, me digam quando a Fé e a Fé, irmãs xifópagas foram separadas? Sim, a Fé nos Seres Humanos e a Fé em Deus! Acho que essas criaturas que me aborreço ao citar pensam mais no primeiro feto. Certamente o segundo não foi abortado! Isso não pode! Mas onde está?

Poça d’água e eletricidade.

Talvez essa geração seja a que menos se choca com os acontecidos de tão globalizada sociedade. Vemos o narcotráfico virar status e sobremaneira, uma forma de conquistar grana. Vemos um esporte na grama ter mais importância que as alcovas do próprio corpo, onde por mais que se tente, o tal goal é mais relevante do que ir ao Parque com família no domingo a tarde. Tudo parece futebolístico, inclusive chutar as mentiras políticas de cá para lá.

E essas “Jogadas ensaiadas” são tão comuns, que ao ver a próxima, aquela que acabara de passar já não importa mais. É tudo tão instantâneo, que uma fila indiana parece tomar conta no nosso cotidiano. Memória e reflexão pra quê?



E por mais que seja enfático o acontecimento, esquece-se ante-fato do que mesmo o pós-fato ainda tenha a dizer, são preâmbulos imaginários, onde estar atualizado é saber do que acontece no momento. Agora! Aliás, agora não! Agora! Puxa, já passou! Agora!

E crimes hediondos (?) surgem e somem como se sempre houvesse mais por vir. E somem como se fossem banais, ou seja, há mais para se estarrecer! Sim, guarde os psicotrópicos e barbitúricos, a sua neurastenia ainda tem tempo pra descansar. O que mais falta?

Talvez falte mais senso de responsabilidade. Acreditar que os rumos parecem claramente incertos, onde não há mais o que fazer a não ser mudar. Não é ideologismo ou neologismo, é um simples choque de realidade, onde vemos pasmas as pessoas, que nesse estado, preferem ir a um bar para curtir suas fugazes vidas a ter que pensar que algo precisa ser mudado. E às vezes até acho que seja digno, em outras, só mesmo colocá-las numa poça d’água com eletricidade. Arre!

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Do júbilo ao massacre, tudo antes como quisera lá!



Pernosticismo às indagações do mundo contemporâneo? Sim, somos fruto de uma construção magnética, e quem tem seus ares energéticos que se segure na poltrona enquanto assiste ao Reality Show! Hum... Saudades daquele tempo em que... Lúcido, mas pouco translúcido.

O que quero dizer é que a vida caminha, para frente, e antes que milico tenente pudesse dizer o que deveríamos fazer, já haviam por ai, outros seres que tomavam de assalto a nossa tão particular maneira de ser. Sim, podemos ser como queremos. Mas o levante contemporâneo da universalização de seres, transformam e nos fazem um em mil, com jeito e marra de qualquer um dos mil. Não mais a peculiaridade, a singularidade, mas a uniformidade, a mesmice e a falta de um “Q” a mais.

As mesmas e simplórias mentes a pensar juntas e uníssonas achando ser pessoais, inovadoras e contra-pragmáticas. Ah ta! O que fazer se a qualquer momento você desiste de si em prol de uma ideologia ressemantizada? Nem sabes acerca do júbilo, mas porque é fashion, achas que pode valer a pena. Hum... Mas como ser individualista em tempos tão contrários ao prêt-à-porter? Faça uso do industrialíssimo conteúdo massivo que tem a sua mesa... Mas ao inverso de usar talheres de prata, coma gosto e com as mãos, suje os dedos, antecipe a sobremesa à entrada.

Isso é possível, antes de se pensar em homogeneizar, pois a sua vida não é parte de quebra-cabeça, que precisa de outra peça para ter sentido. Ela é o próprio quebra-cabeça, que precisa de outros para ter sentido. Mas naturalmente que para que o conjunto tenha sucesso, sua parte deve ser feita. Não pense em destoar, pense em modificar. Ou foi construído o seu ser na fábrica de um Pólo Industrial?

Não à robotização humana, não aos impulsos conjuntos e maniqueísmo ao diferente / contra-hegemônico! Diferencie-se ao que parece ser igual. Modifique-se ao que parece ser normal. Não se carnavalize! Ser diferente é mais difícil do que ser igual, a totalidade disso é quixotismo, mas também o contrário, apesar de possível, me parece muito banal.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Liberté, igalité, fraternité


Esse lema do título é do Século XVIII, onde na Revolução Francesa se falava em Liberdade, igualdade e fraternidade. Oras, às vezes tem certas conjuras da vida contemporânea ao qual me pergunto se tal insígnia não é quixotismo reproduzido por um grupo que antes de pensar que o sujeito social é, sobretudo putrefato e vê, à revelia, que o futuro é feito de bondade, de senso de grupo e também de lutas individuais, afinal o que não comum é legítimo, pensa e legitima que seremos (um dia), seres que somam.

Há certos momentos em que amadurecer é tornar-se indivíduo, ser social individualizado, disposto em regras e arraigado em metas. Gumersindo Bessa, dá o seguinte parecer sobre o homem social: "Cada um vê as coisas conforme o ponto de vista em que se coloca. O meu ponto de vista para julgar a sociedade é este: o homem social é um carnívoro açamado (amordaçado com açamo - focinheira para cães). O açamo chama-se a lei, polícia, poder público. Nos momentos em que a vigilância do poder público adormece ou a coação legal esmorece, cai o açamo, o homem recobra toda a sua liberdade natural, e fica apenas limitado o seu poder por esta lei única: o mais fraco é presa do mais forte. Encarando assim os fatos sociais, é tão insensato o louvor quanto o vitupério. A natureza é imoral".

De todo o exposto, é inarredável que tenhamos a consciência da impossibilidade de radicalismos, porém, é necessário que o Direito observe, na sua evolução, não apenas a evolução objetiva da sociedade, mas, principalmente, o que o ser humano tem de essência, tornando-se este a razão da existência daquele.

Sonhar com um mundo de iguais: fraterno e livre. Sonhar com um mundo sem religiões em que os homens vivam apenas para o dia de hoje. Sonhar com um mundo sem patrões, sem governos, sem ricos nem pobres. Sonhar com a Utopia de Thomas Moore, com a República de Platão, com o Socialismo de Karl Marx. Sonhar com a Era de Aquários que acabou nunca acontecendo. Sonhar com um mundo completamente diferente do competitivo mundo do século 21. Sonhar, sonhar sempre!

Continuemos, pois, a sonhar. Quem sabe, um dia, conseguiremos idealizar e, acima de tudo, concretizar uma sociedade perfeita. Uma célula fraterna, gerida por um núcleo de notáveis escolhidos entre os mais sábios e mais magnânimos. Uma sociedade que funcione com uma única célula, sempre em prol do bem comum.

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