Alfinete nos olhos! Observar pra quê?

Alfinete nos olhos! Observar pra quê?
A intuição me parece mais lúcida que o raciocínio parco dessa gente Reality... Para outros, é necessário criticizar e aqui é o lugar!

Blog do Abuh

Destinado a refletir, a liberar os sentimentos críticos, falar sobre a vida e intercambiar pensamentos. Jardim repleto de flores e frutos, comestíveis e outros, indigeríveis. Depende do seu gosto, ou desgosto!

domingo, 8 de novembro de 2009

Por isso não provoque! É cor-de-rosa choque!


As crianças separam uma das outras, com tamanha e ofensiva perversidade. Em salas de brancos, separam os negros ou vice-versa, os gordinhos ou magros demais, os de cabelos lisos e os de cabelos crespos. Aqueles de pai militar, mãe costureira, irmã mãe solteira... É o bullying! Os sofrimentos são tamanhos, pois o sussurrar dos apelidos, achincalhes e berros ecoam nos ouvidos e nas mentes a vida inteira। É perverso e mata o excluído por dentro. É cruel.


Mas isto pode ser atenuado pela inocência, imaturidade, por nem saberem o que estão...Tolices. Mas o que dizer disso em uma Universidade? Pois bem, a menina que pintou os cabelos de loiro, que possui unhas grandes e avermelhadas, de corpo bonito e sensual decide ir a uma aula de vestido rosa choque, não, melhor, rosa provocante, pois depois ia encontrar o namorado (uma das versões entre outras, pois podia ser entre outras possibilidades, roupa de um trabalho como prostituta de luxo). Pois bem, discutamos duas coisas: adequação e motivação.


A adequação de roupas em Universidade é um assunto para além de um vestido curto. Chinelos, bermudas, calças saint tropez mostrando a calcinha, saltos altos tilintando o chão, bonés, camisetas, o que é de fato inadequado? Os que gritam nomes como “vagabunda e puta” estão com roupas tão inadequadas quanto o vestido apertadinho da ‘pobre-loura-má’! Mas há moral, a moral do cinismo e da hipocrisia em um país de corruptos, de “relaxar pra gozar”, de “dinheiro na cueca” e “daquilo roxo”.


Outra coisa é a motivação: mulheres de corpos não tão bonitos (?) não teriam começado isso? O que faz gritarem para humilhar uma colega, um ser humano? Por que não escolher um aluno melhor vestido (tarefa árdua) e recorrer à digna situação do argumento? Impossível! Uma loura gostosa de vertido colado incomoda muita gente (os que não podem ser e os que não podem ter).


(...)


É que aqueles mesmos que humilhavam, ridicularizavam os colegas lá nos primórdios da sua educação (?) nas escolas primárias agora se recriam procurando pêlo em ovos, pois separar é uma prática humana, na sua mais hermética selvageria. Bem, depois de toda esta galhofa regrada a palavras nem um pouco acadêmicas, foram todos para uma casa noturna, beber e se drogar! Lá as mulheres andam mais cobertas, com certeza!

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Insana: quando a bomba atravessa o tímpano.


Em tempos inglórios de emancipação da bobagem, ouvem-se os alaridos de uma pujança neocolonial. Uma atriz “piadista” ataca os portugueses. Sua dita “burrice e falta de atenção e modos peculiares”, entremeados no humor nada brando do brasileiro é aturdido com veemência do lado de lá do atlântico. Constrangidos? Que nada!!! Contra-ataques (?) demonstram que em uma situação de vexame, mostra-se com atitudes quem tem razão.
Não que de fato o teor das louras piadas tenha em si só uma coerência, uma realidade que fala por si, mas a resposta não deveria ser pior. Insultos afirmando sermos só favelas, índios e floresta demonstram que o colonizador não se repara! Esta visão pseudo-desenvolvida de um país europeu em nada simboliza o que somos. Sim, somos fruto de uma colonização perversa e disso resultaram inúmeros traços culturais que até hoje emblematicamente carregamos. Não somos ‘puros’, somos miscigenação pura.
Por falar em pureza, de onde se acha tal definição: nas antigas quimeras de um conceito de raça? Creio que esta, ainda em uso, ainda me parece reificada pelos lados de lá. Não há superiores, há diferenças.
Se somos um país de corrupção, de prostituição, de pobreza, de mau acesso à educação, saúde e lazer, somos um país de belezas naturais, de gente honesta, de criatividade e disposição. Se são atoleimados, ‘burgueses’, sujos e inautênticos, são sagazes, culturais. As fendas estão em todos os lares nacionalistas.
Enfim... Baboseiras da atriz, um fato! Grosserias de sua parte e pura falta do que falar, do que incitar, uma obviedade sua falha. Mas cá para nós: trata-se de uma descendente de portugueses, como todos nós em teoria. O que nos aproxima além disso?

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Boi-bumbá versus Bumba-meu-boi



Traiçoeiras malícias herdadas por mentes colonizantes, pioradas com a mistura histórica, respaldadas pela opinião pública e sincretizadas pela comunhão da sobrevivência. O jeito brasileiro não parece ser algo bom, soa na verdade como a forma cafajeste que se dá quando a solução se mostra complicada. Esse corolário já atravessou os oceanos, sob amálgama de ser e existir do povo. Eu, você.

Na eminência de ser esperto e não expert, os infortúnios são driblados sob o tom de solucionar, e neste caso os meios justificam os fins, resguardados pela amálgama... Ah, esta maldita. Vemos diante de nossas fuças, a liberdade de resolver, a explosão da ética, da moral e da retidão. Não que o moralismo seja benéfico, mas de fato, bom senso e critérios nunca mataram uma mosca.

O grande problema é que puxar a sardinha para o lado mais expert, trás sobre si a desculpa de que tudo não passou de um engano, mas está ali, estampado para quem quer que seja, que tudo é nada mais que o JEITINHO. Jeito este que nos faz crer que “tudo vira bosta”, não importa sequer se a sobremesa veio antes do prato principal. Que tal a construção de novos valores, já que os antigos, andam tão retorcidos, que este novo ethos parece fazer parte da nossa educação doméstica, escolar e da vida mundana, esta sim, já nem tão mundana, dado os fatos.

Seria sim, uma nova vida. Vida esta pautada em respeito, em regras e limites, em bom senso, em educação e empatia, tudo dissolvido na naturalidade, como algo inato. Assim, não estranharíamos um duelo entre o errado e o mais errado, cabendo ao erro o papel de coadjuvante, não ao que vemos hoje. “Sorte” têm os bois da vida... Estes possuem papel de destaque, não lhes sendo julgado seu papel de mocinho, mas sempre de vilão.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Sobre a arte de não sentir saudades...

Antes de sentir, algo nos retoma, arrebata e mata, nos cegando como se fossemos seqüestrados por uma força intangível. Neste momento, como carne pútrea, padecemos absortos aos sentimentos que nos conchavam, nos embriagam por sua letal energia e nos cavalgam ante ao desconhecido. Somos frágeis.

E mesmo que lutemos, a guerra é gélida, insuportável. Temer a ela significa não prosseguir, pois sua ação é fato, não há como escapar. Uma das mais cruéis das criaturas nos remete ao passado como se pudéssemos reviver. As marcas, muitas vezes já esquecidas, apesar de presentes, voltam como chagas não curadas. Doem tanto antes, ou se foram marcas felizes, doem como se necessitassemos voltar. A luta já começa perdida, pois sem avisar, sentimos o arrebatamento da criatura nos açoitar. Por mais cruel que sejamos ela deixa marca, difícil é apagar.

A distância, a fatalidade, a maldade. Todas essas sutis sensações nos fragilizam para que a criatura por ali, nos assole. Por mais que pareça estancado, sentir a saudade é tornar-se impotente mesmo sem querer. O grande problema é que não voltamos ao passado. Não revivemos. Não há outro caminho real senão o futuro, visto que o presente não existe. E por onde fugir?

Bem, eis a questão. A única possibilidade da fuga é se antecipar a ela, ou seja, não viver tudo aquilo que um dia ela mortalmente te trará de volta. Cruel? Não sei. O fato é que prefiro encará-la e deixar que tenha muitos caminhos a percorrer, todos com intensidade. No final, tudo estará tão confuso, que ela nem mesmo saberá como me atingir, assim, fortaleço-me, cada dia como o último e o próximo sempre como o primeiro. Sei que ela uma hora vai ganhar, mas fazer o que? Não se pode ganhar sempre!

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Futuro? Sua felicidade pode não estar lá!


O louco sorve fel, crê que é mel e absorve sem ser cruel. Mesmo que isso seja infiel, mesmo ao estigma do que seja loucura, o que no fundo perdoa é o fato de que a sinestesia de tal absurdo o faz pelo menos por um minuto: feliz! Felicidade é tão paralela à escolha, que cada um é feliz do seu jeito, não enxerga (não consegue ou não quer) as milhares possibilidades que existem, mas só interessa aquelas, as metas, os objetivos, os obstáculos, a guerra... A Arte da Guerra.

O ônus de tal procura incessante, pode causar uma vida estressante, onde a busca da felicidade omite a realidade. As pequenas coisas? Os símbolos não estigmatizados? A “lombra” do erro cometido? A simploriedade? Não! A notoriedade, as grandes coisas, o grande fato e os símbolos claros e diretos: sucesso!

E nisso as vidas rasas como pires seguem diante da irrefutável questão: a busca da felicidade. Não sorri, e quando se percebe, não existem mais dentes. Não dançam, mas quando desejam, os ossos pendem ao chão. Não poetizam, e ao ouvir palavras doces, se barbarizam. A crueldade do mundo parece tão tardia de ser percebida, que a bondade existente nele jamais existiu. Por isso, sem lampejos, aproveite. O futuro de fato existe, é um fato! O que não sabemos é se somos protagonistas dele.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

A novidade outra vez.


Com o fim dos tempos (sim, eles já acabaram), o que resta agora é a perseguição do obsoleto, do ultrapassado, de reinventar o conhecido, o manjado, o ensimesmado. Mesmo assim, parece que há um futuro para além dos nossos olhos, que a mágica da novidade está prestes a ser desvelada antes nossos olhos absortos. Tudo é igual.

O que ocorre com o novo? De onde surgem as novidades e as influências? O que é possível ser inventado e não reinventado? Tudo parece tão igual, que é difícil, ou talvez, impossível, distinguir a “EURECA” da cópia. O fato é que somos levados pela construção vertical, um tijolo em cima do outro, onde a base, nem sei se é possível de ser observada e alcançada.

No fim, tendemos a procurar novos ângulos, que às vezes, de tão obtusos, são aparentemente de fato novos. Com cautela e senso crítico, vemos novas pelagens em velhos lobos, o problema é não cometer erros (se é que isso é possível) já dantes cometidos. Cuidado por ai! Pode ser pior tentar inovar do que cair na repetição. O novo sempre vem? Tenho cá minhas dúvidas.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Obsoleto? Não, novidade!


O romantismo, que antes parnasiano e por isso “obsoletou-se”, anda agora em Volga. Claro que o poder mercadológico do romantismo à base de seu salário (presentes, jantares e outros mimos) em nada tem de próximo com a expurgação de um sentimento. Dizer o que sente é hoje uma questão de mercado.

Para provar a incandescência de minha alma por ti, palavras? Não! Você não acreditaria! Então, naturalmente um celular, uma caixa de bombons finos e um perfume. Uma garrafa de vinho chileno no jantar, rubras rosas vindas do ABC Paulistas e claro, uma jóia (diamantes, safiras, rubis e ouro, claro!). Com esse signo, codifico a mensagem de que você é tudo pra mim, não há dúvidas.

E porque te digo que o romantismo está de novo nos Hit Parades? Ora. Cada dia mais individualistas, cada dia mais o salário diminui, os artefatos encarecem, tudo é tão mais difícil. Custa bem mais barato agora salivar, gastar língua e argumento para convencer, o grande problema é a atrofia. Sim, o que não se usa... Bem. Vivemos agora uma nova Era. Aquela em que os olhos, a poesia sincera e o romantismo não-financeiro são provas de um amor salutar.

domingo, 26 de abril de 2009

Sem Platéia


Onde há futuro, mesmo que seja parco esse desejo de haver, há certamente o desejo de completude, pois a solidão é nefasta para aqueles que desejam construir. Mas o que de fato levam as pessoas a temerem a solidão? Medo de não ter diálogo? Receio da não reciprocidade? De não ter a quem contar suas fábulas da vida? De partilhar o sofrimento da velhice e suas inapagáveis marcas?

Uma pergunta discreta, que deveria ser secreta tange tal reflexão: não é um pensamento egoístico querer viver eternamente com alguém por temer a solidão? Será a solidão a necessidade que deveríamos aproveitar para conviver pelo menos um pouco conosco? De nos aproveitar, criar ojeriza, perpetuar sementes e planejar subterfúgios?

A nossa sociedade teme tanto isso que parece refutar tal idéia e sem falso testemunho, ocorre mais do que se gostaria, encontrarmos a solidão à porta de muitos por ai, mas a convivência consigo é tão insuportável, que a solidão parece algo irrespirável, insuportável, insofismável. Letal. E se deixa de encontrar soluções para algo que não deixa de ser, em certa medida, inevitável. Aproveitar a si mesmo é uma chance rara.

Dizer a si mesmo certas coisas, usar da não presença para efetuar ações arriscadas a um olhar avaliativo, comandar todas as situações sem temer constrangimento, reger sua própria orquestra. O único mal é que não há platéia, algo insuportável para nós, seres humanos.

Quimeras Mitigadas


Onde andam as nossas esperanças? Ué, mortas antes de nós? Mas mesmo que andem sorrateiras por ai, em busca de dias melhores, o fato é que no frigir de ovos, somos mesmo mais realistas. A tal positividade exarcebada, eivada de novas sansões e repletas de reinvenções, toda essa marmota para bem-sobreviver cada vez mais está sumida.


O tal choque de realismo (ou seria realidade?) na pálpebra daqueles que temem ver, é cruel como descoberta do mal sub-júdice. Perplexidade parece ser tão cafona quanto a relação obtusa de parecer prever. Chocar-se ainda faz parte da realidade, mesmo que já não tenhamos força de mudar o mal.


No fim, o que pretendo objetivamente dizer é que essas quimeras mitigadas para bem fazer a existência parca e mesquinha já não faz mais diferença. Lá no fundo todos já sabemos que as cores desta vida não são tão coloridas e que mesmo que o desejo pueril pouco aristocrático de seguir em frente, na verdade é uma ocultação de que o peso desse ar pesa nas narinas abertas pelo horror da verdade , isso muit mais do que naqueles que inalam o veneno tal qual a sinestesia do aroma da vida cheia de fantasias. Viver bem é se submeter à loucura.


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