Alfinete nos olhos! Observar pra quê?

Alfinete nos olhos! Observar pra quê?
A intuição me parece mais lúcida que o raciocínio parco dessa gente Reality... Para outros, é necessário criticizar e aqui é o lugar!

Blog do Abuh

Destinado a refletir, a liberar os sentimentos críticos, falar sobre a vida e intercambiar pensamentos. Jardim repleto de flores e frutos, comestíveis e outros, indigeríveis. Depende do seu gosto, ou desgosto!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Arquivos de última, criatura!



Mon Dieu! Nossas memórias às vezes nos assombram, lembranças que jaziam voltam do nada... Melancolia pouca é bobagem! Criatura, se lembra de quando íamos para a escola com lancheiras a tira-colo recheadas de merendas apetitosas carinhosamente arrumadas por mamãe? Hoje as crianças levam dinheiro e lá mesmo escolhem do que vão se alimentar. Criatura, se lembra que tínhamos hora para dormir e que não podíamos ver a novela das 20 h porque tinham cenas inapropriadas para nossa idade? Hoje as crianças dormem quando desejam e nem precisariam dormir cedo para não ver o inadequado, hoje a internet mostra aquilo que nossos pais mais temiam, sem precisar de muitos cliques.
Criatura! Se lembra quando brincamos na rua, de tantas coisas, que nossos joelhos ralavam, nossos cotovelos doíam, nossas roupas sujavam? Hoje as crianças brincam de Play... Sequer levantam da poltrona, quase nem conhecem os vizinhos e as roupas, só sujam de molho inglês, caído do lanche... Criatura! Se lembra de que quando íamos ao mercado, mamãe dizia que podíamos escolher com moderação, a inflação era indestrutível e nossa alegria era brincar com latas de óleo? Hoje a inflação quase nem se mostra, as mães quase nunca vencem a batalha com os filhos e por isso, nem os levam mais, e lata de óleo? O que é isso?
Criatura! Se lembra que nossos sonhos de criança era ser astronauta, bombeiro ou dona de casa, que o que mais gostávamos era ver TV infantil e que fazer aniversário era receber todos os amigos em casa? Hoje todos querem ser jogador de futebol e modelo/atriz, o espaço sideral não atrai por ser longe e para chegar lá tem que estudar, as meninas sabem que ser dona-de-casa é dar valor a empregada doméstica, suas vidas são independentes, as crianças nem sabem o que quer dizer “infantil” e fazer aniversário hoje é ir com amigos para uma casa especializada em fazer divertir!
Oh, criatura! Os tempos mudam, aos nossos olhos... Os desejos mudam, até os nossos... O ruim às vezes é ter que relembrar sem desejar, olhar para trás e vermos que tudo aquilo era bom, que hoje é bom, mas que como seria se hoje ainda estivesse como ontem? Melancolia! Triste mesmo é ver que valores bons sumiram, que sonhos bons sumiram, que momentos bons sumiram... Mas a vida é assim, a saída é seguir pra frente... Logo mais, diremos também melancólicos sobre estes tempos de agora... Cômico!

Do barro viemos... Com disco rígido emulado?



Penso sobre a influência... Sobre aquilo que somos e porque somos! De onde viemos não importa, mas chegamos a este mundo com ares de nada saber, de nunca ter sabido ou de pelo menos, não poder fazê-lo, em certos momentos aquilo que se torna necessário. E nos formamos. Uma construção que por mais que se desaperceba, é concreta!
Nossos pais ou educadores familiares nos propiciam sensações, sentimentos, condutas, e aos poucos, as absorvemos (ou não), tornamo-nos cópias de um bricolage de experiências (manias, defeitos, códigos, formas) de outros. O que temos então é um ser híbrido, um ser composto por todas as humanidades, todas as suas obscenidades. No fim, ou início de tudo, somos seres formados, pensamos e agimos conforme desejamos. Esquecemos de perceber que somos construídos, arquitetados. As mães que reclamam do machismo dos filhos, mas que dentro de casa, os educaram para fins machistas. Os pais que reclamam que os filhos tomam atitudes impensadas, mas que diziam na poltrona ao fim de tarde, que o nascimento deste filho não foi programado. Tios que se admiram com a falta de carisma dos sobrinhos, mas que em sua vida, nada foi possível para construir esta tal.
Somos sim produto do meio, somos seres que em ambiente inglório, agimos de forma ao qual fomos “adestrados” a agir, nem que seja a ‘não ação’. Então, porque não somos iguais? Idênticos? Ora, cada um nasce de / em um contexto, nasce-se a partir de uma história e imbrica-se nela. E este é o papel dos “adestradores”! Impossibilitar que suas crias sejam produto do simples contexto, devemos conduzir a uma formação ética, honrosa, dinâmica, sabendo progredir aos doces desafios desta vida selvagem. Precisamos de “adestradores” que repassem bons valores, que ensinem sobre criar boas alternativas, ter compaixão, caráter!
Me lembro do Tarzan, história bobinha que qualquer criança sabe re-contar. Criado por macacos, sabia que era um macaco, era óbvio. Existiam em si e por si diferenças, notáveis até mesmo pelos macacos, mas ele agia como um deles, suas regras selvagens eram seguidas, como andar pelas árvores, comer frutos, andar em bando! Talvez o Tarzan criado por abelhas até produzisse mel, vai saber!
Não quero dizer com isso que limaram disso aqui o arbítrio, mas é que quando escolhemos, indubitavelmente, nos eivamos de nossos valores, de nossa “forma de pensar” e de onde elas vieram? Certamente não veio como memória emulada no seu disco rígido, não surgiu do nada, sua vida não é puro instinto. Assim...
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