Alfinete nos olhos! Observar pra quê?

Alfinete nos olhos! Observar pra quê?
A intuição me parece mais lúcida que o raciocínio parco dessa gente Reality... Para outros, é necessário criticizar e aqui é o lugar!

Blog do Abuh

Destinado a refletir, a liberar os sentimentos críticos, falar sobre a vida e intercambiar pensamentos. Jardim repleto de flores e frutos, comestíveis e outros, indigeríveis. Depende do seu gosto, ou desgosto!

terça-feira, 20 de julho de 2010

Amigos, amigos... Negócios, que venham os inimigos?


O que é mais importante para você: deixar ou levar? O que te dá mais prazer: receber ou propiciar? Aos amigos e amigas, aos entes e parentes, aos amantes e amados, aos culpados e advogados, aos amados e odiados, aos recebidos e destinados, o que te faz pleno?
Daria a vida por alguém? Abriria mão de alguém? Feriria ágüem para defender outrem? Deixaria de amar para que a outra pessoa pudesse amar você? Tiraria de sua boca o alimento para dar de comida a outro? O que é amigo? Onde ele está agora? Cabem nos dedos da mão esquerda a quantidade de amigos que tem?
Olha, digo a você que minha opinião é que amigos são aqueles que quando pensamos em chamar para ajudar ou queremos contar aquilo de bom que acaba de acontecer, em suma: para todos os momentos. Se precisa de ajuda, pensa em chamar aquela pessoa e depois desiste: “Não, ela não vai me ajudar”, não tens ali uma amiga. Se recebeu aquela super notícia, se teve algo de bom, de bacana, e você decide contar àquela pessoa e pensa: “Não, ela vai me invejar”, não tens ali uma amiga.
A nossa mãe, nosso pai (não no meu caso), os avós, bisavós, primos, aqueles que de sangue nos unem. Nossos amigos, colega de escola, de trabalho, de balada, de bar, aqueles que nos unem por outros motivos. Todos estes são amigos em potencial, mas quem agora você lembra, que se estivesse faltando 10 minutos para você morrer, em no máximo 9 estaria ao seu lado? E em caso da distância, que pessoa diz a você: “volta logo, saudades, quando vem aqui?”, estes são amigos, e você os valoriza?
O maior tesouro que podemos carregar é tudo aquilo, que durante a nossa vida, podemos carregar. Só consigo visualizar, dentre de tudo o que vivemos, que só podemos carregar as emoções vividas, o imaterial, salvo uma escova de dentes, o passaporte, um par de óculos e uma barra de chocolates. De resto, nossos amigos nos acompanham, presos a uma teia. Para encurtar a conversa: junte-se de amigos, cative-os, mantenha-os, abasteça-os de seus defeitos / qualidades. No final, eles serão a sua única esperança, de ainda sim, haver alguma continuidade nisso tudo.

Soneto em quatro atos, ou melhor, intempéries.


Quem tem motivos para cantar, cante agora! Quem tem alguém para abraçar, que abrace agora! Quem tem alma para vibrar, que grite agora! Olhe para o lado e diga que tudo ao redor está bem! Se estiver bem, sorria, pois a sua plenitude é um fato. O seu desejo mais íntimo não tem em si mesmo nada de incoerente, é produto do meio.
(Chove)
O dia lindo lá fora, cheio de pássaros, água limpa, vegetação verde e saudável, gente boa e feliz. O arco-íris corta o céu azul, aquele anil estarrecedor. Todos andam assobiando, se cumprimentando, agradam uns aos outros, que sociedade aprazível. As frases obrigatórias sempre são “como vai”, “bom dia”, “com licença” e “obrigado”, e qualquer idoso e criança é respeitado e bem tratado. As mulheres têm direitos iguais aos dos homens, negros, brancos, vermelhos e amarelos andam misturados, há respeito.
(Neva)
O dia quente lá fora é maravilhoso, onde o fritar de ovos no chão alegram aqueles que desejam comer. O chão é limpo, as pessoas são educadas, ninguém ao chão pede nada, cada um tem seus afazeres e seus retornos. As flores plantadas no jardim não são roubadas, os animas não são criados para morder e atacar, o sorvete no carrinho é bem geladinho e seu sabor é bom. Os homens e mulheres exercem seu amor se culpa, amam mulheres, homens, mesmo sendo mulheres e homens, os homo, heteros, bi, trans e pans andam tranquilamente, não há diferenças. Nossos políticos pensam nas nossas vidas e qualidade é a palavra que mais se ouve e se sente, eles estão ali para colaborar com o bem comum.
(Aridez)
É hora de uma lareira. Em redor não só a família, mas muitos amigos. Comenta-se o que há de notícia por ai, só coisas agradáveis, todos andam muito felizes. O cobertor é quente e macio, nenhum animal foi morto para que ele existisse. Um chá quente retirado de plantas sem menor adição de veneno. A água tirada do poço vem do rio que passa limpo. Lá se toma banho sem roupas e observam-se as aves e outros animais. A escola fica perto e lá todos adoram estudar. Os professores ganham bem e dão aulas com muito prazer.
(Silêncio)
Agora olhe da janela, e veja se há motivos para cantar. Procure-os porque se achar são raros. Enquanto dentro observa-se de um ângulo, lá fora, esta realidade não parece ser a mesma. Pise no chão, anda sem medo de ver o que seus olhos dirão a você. Tudo agora é difícil e cada momento bom deve ser vivido, como a última gota de água caindo de uma cacimba no deserto. Saboreia tudo isso. No final, o mundo pode cair lá fora e você nem se dar conta, pois tudo o que preparou dentro de si, foi inflar balões coloridos para soltar quando Ele chegar!

Isso é um assalto!


Corra! Fuja! Estremeça o chão em disparada! Corra! Avia! Em sôfrego anima-te a sumir de minha frente! Anda! Corre! De tudo o que faço, de nada me arrependo. Dizem que sou vítima de uma sociedade algoz, que não me oportunizou, que não me empoderou, que tudo me negou, por isso, corra agora! Não tenho jeito! E quando me pegarem, você estará em sua casa, preso, com grades, cercas elétricas, cães ferozes, uma arma ilegal embaixo do colchão, um altar com velas acesas e drágeas de calmantes para suportar a insegurança. Corre!
Enquanto tudo isso se constrói estarei eu, também com grades, mas livre. Ligo do celular, recebo visita íntima, como, bebo, fumo o que quiser. Logo, estarei fora daqui e você? Você continuará preso, aviltando-se de mais elementos que te dêem segurança. Em vão.
Enquanto você estudava, tinha cama limpa, chá cheiroso na xícara, banho perfumada na banheira, beijo acalorado na saída e na chegada, eu aprendia a não temer. Estava sem nada, não tinha a menor idéia de como ter tudo aquilo que via em você, quando passavas por mim e negava-me uma moeda para comprar pão, mas que depois, mudava de idéia e comprava um pouco de cola pra cheirar.
E hoje, tenho medo só mesmo dos meus, que não são tão pacientes como você. Eles não fogem de mim, eles me atacam, sucumbem meu corpo quase adolescente para a cova mais rasa (se tiver sorte) ou então, desaparecem comigo como seu fosse fumaça, assopram, desapareço.
Corra! Fuja! Já há vagas para Netuno. Aqui a selva voltou, aliás, ela nunca deixou. E tudo o que temos é luta, guerra pela existência. Nada mais me abala, nada mais abala nada. Agora, deixo de conversa fiada e te digo: Passa a vida! Isto é um assalto! Perdeu!

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Depois do chá e do mel!


Ah, esta vida segregante... Ah, esta vida estafante... Ah, quando seremos de fato civilizados... Enquanto me lamurio, sentado na cadeira de balançar, bebendo chá de folha de melissa, mastigo pacientemente um pão de mel... Mel? Mas a vida em nada consegue ser doce!!! Enquanto murmuro, o mundo rui. As paredes ao meu lado, nos quatro cantos de minha existência são fortes, mas mesmo assim, a realidade cada vez mais real que se instaura é pútrea. E queremos urgente: fraternidade!
Respeitar as diferenças é o primeiro passo para este senso fraterno e assim, reconstruirmos este mundo sem muros. Não é crítica à globalização, ou mundialização, é apenas entender que apesar de mais “próximos”, ainda sim, somos distantes. Se cada vida a si pertence, e se devemos em senso de sobrevivência, unirmo-nos, porque não aceitamos os outros como de fato são?
Pensava ontem que as coisas se invertem na medida em que se mudam os interesses. As manifestações públicas, seus atos e suas coragens, suas entrelinhas e suas gigantescas linhas nas faixas , suas agruras e suas masmorras, suas fantasias e suas realidades, de algum forma, em todos os casos (contra políticos, contra o Estado, contra o preconceito, a favor do amor, a favor da aceitação, a procura de um amor...) a maior empatia é a de unir! Unindo pessoas com mesmos propósitos, congregando outras no seu avir, no seu porvir.
Porque os militares, na manifestação contra o regime militar, estavam lá presentes? Porque os solteiros, na manifestação sobre pessoas que procuram um namorado, lá estavam os casados? Porque nas manifestações contra a homofobia, lá estão os heterossexuais (homofóbicos ou não)? Porque na manifestação contra o poder do Estado, lá estão políticos, militares? É que mesmo sem querer, estamos unidos! Que pena que esta união não gera, em si mesmo, respeito, reciprocidade.
Se colocar no lugar do outro é uma tarefa árdua, e nem é preciso uma cerimônia espiritista para conseguir isso, é preciso apenas, desejar não desrespeitar. Pensar que se fosse você naquela situação, como gostaria de ser tratado. Ah, este mundo... Ah, estas pessoas estúpidas... Ah, este medo de ser... Ah, esta necessidade de paz...
O pior disto tudo é que quando melhora, quando tudo parece atingir novos matizes, novos sons, logo percebemos que a corda-de-caranguejo é maior do que a superficialidade dos sentidos, a coisa é muito complexa. Neste mundo há lado, há contras, há nós e aqueles. E neste sentido, mesmo estando na minha cadeira de balançar com os lábios de mel, ainda sim, faço parte deste coro que grita: LIBERDADE!

sábado, 10 de julho de 2010

“Em cima, renda e filós. Por baixo, trapos e nós”.



“E a deu aos cães”. Ouvimos isso esta semana. Que coisa, nós, humanos de Neandertal cada vez mais somos menos, e a coisa fica cada dia pior. A ascensão dos pobres, aqueles não estudados que em meses se vêem eivados de luxo e poder, será que é uma maldição? Ou o instinto independe da camada social, da sua educação, é tudo de fato um instinto, uma forma de segregação?
Porque para ser macho é preciso falta de comprazer, tem que destruir, destituir. E o dinheiro, o status quo adquirido é utilizado para o mal. E para estes seres o bem e o mal não existem, ou se existem ele está acima, beira o Deus, o infinito e o além. E se misturam, comem bolacha água e sal, arrotam foie gras, usam o dinheiro dos bestas para ganhar o seu próprio, entretêm os bestas para entreter a si próprio, vestem-se de renda e filós, mas por baixo, só há trapos e nós.
E nós vivemos idolatrando este povo, que em nada há de pueril em suas histórias. Nós, que em nada temos de facilidades na vida (nem sei se eles também têm) valorizamos os passos, o subir de degraus, o suor. Não somos nós os corifeus, não estamos acima deles, mas estes ídolos criados sem causa de ser, glorificados por um dito talento, que nem sabemos ao certo mensurar, é sinal de que estamos mal, doentes. E depois, seres ainda mais repulsivos seguem estes deuses, cercar seus altares, os dignificam. Como pavões se inflam, são incríveis. Mas claro, há gente tola que crê que tudo aquilo é insofismável, eles estão onde jamais os tolos sonharam estar, irão para Europa, ganharão muito dinheiro, dias de trabalho (poucos), muita glória, fama. E depois, como os mentecaptos, sequelam a todos e a si mesmo. Mas estes, já sequelados alijam aqueles que desprovidos de qualquer senso os seguem, e o que eles fazem? Dão aos cães!!! Sim, te servem de comida, como se você fosse a bolacha água e sal, o nada.
Sim, e vemos antes de tudo a parte de cima, o que há na superfície, nem nos damos conta que a história se repete, animais!!! Procuramos deuses, procuramos referências, onde neste momento não há. Lixo! Deixemos de valorizar o lixo! Seres simples perambulam por ai, nos cercam, mas só privilegiamos a nobreza, seja ela de raça ou não, basta ter acima a coroa, ou o menor sinal dela. Valorizemos a família, o que vemos dia-a-dia, o vizinho, o professor, o amigo, deixemos de ver nestes seres de capas de revista, a referência para as nossas vidas. Se somos trapos, alfarrábios ou estamos desnudos, antes isso. Por baixo de muita cena sempre há um diálogo decorado.
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