Alfinete nos olhos! Observar pra quê?

Alfinete nos olhos! Observar pra quê?
A intuição me parece mais lúcida que o raciocínio parco dessa gente Reality... Para outros, é necessário criticizar e aqui é o lugar!

Blog do Abuh

Destinado a refletir, a liberar os sentimentos críticos, falar sobre a vida e intercambiar pensamentos. Jardim repleto de flores e frutos, comestíveis e outros, indigeríveis. Depende do seu gosto, ou desgosto!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Os Neologismos de um sedento relator


Naturalmente, as angústias que cercam o âmago de uma sociedade competitiva é a natureza dos conflitos. A assoberbação dos pretéritos sobre os futuros, atoleimando a função cotidiana em sarcasmo e pouco deleite, refrigeram esta competição do “quem pode mais”. O que antes era tempo de tudo, hoje, agora, é tempo de correr atrás do passado, pois nesta loucura para lá de insana, acumular é regra.
Artificialmente concretiza-se uma falsa alegria, baseada em restos de uma sociedade que prezava o tempo. Hoje, prioriza-se fazer bem para agradar a opinião, criar uma névoa turva de sensações que não existem, apenas para não sucumbir ao processo de socialização. Então tem-se a madrugada, os espaços virtuais, a violência, as drogas, tudo isso como escape de uma realidade inventada, recriada para satisfazer um certo ar de confusão que em si mesmo é a sufocação de todos nós.
Propositadamente, as agruras e sôfregos individuais no travesseiro de cada um não se satisfazem por uma reflexão de uma essência na vida, mas por uma satisfação de uma ordem moral externa, que é imoral, incongruente, cruel.
O que nos resta é gerar neologismos, quase um mundo paralelo para existir e resistir a tudo isso. Cria-se os mundos parnasianos, bucólicos, minimalescos, virtuais. E quando foi que saímos da realidade? Quando foi que ela se inventou a modo de nos sufocar a uma fantasia como escapismo de suas garras? Acho que tudo isso se explica se pensarmos que todos os nossos sentimentos e caimentos sempre são julgados, a revelia, ad referendum. No fim, a morte tornou-se a única certeza que temos, pois a felicidade, a paz interior, a satisfação pessoal e coletiva estão neste momento maquiando-se para a próxima encenação com bilheteria livre. Grátis.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Arquivos de última, criatura!



Mon Dieu! Nossas memórias às vezes nos assombram, lembranças que jaziam voltam do nada... Melancolia pouca é bobagem! Criatura, se lembra de quando íamos para a escola com lancheiras a tira-colo recheadas de merendas apetitosas carinhosamente arrumadas por mamãe? Hoje as crianças levam dinheiro e lá mesmo escolhem do que vão se alimentar. Criatura, se lembra que tínhamos hora para dormir e que não podíamos ver a novela das 20 h porque tinham cenas inapropriadas para nossa idade? Hoje as crianças dormem quando desejam e nem precisariam dormir cedo para não ver o inadequado, hoje a internet mostra aquilo que nossos pais mais temiam, sem precisar de muitos cliques.
Criatura! Se lembra quando brincamos na rua, de tantas coisas, que nossos joelhos ralavam, nossos cotovelos doíam, nossas roupas sujavam? Hoje as crianças brincam de Play... Sequer levantam da poltrona, quase nem conhecem os vizinhos e as roupas, só sujam de molho inglês, caído do lanche... Criatura! Se lembra de que quando íamos ao mercado, mamãe dizia que podíamos escolher com moderação, a inflação era indestrutível e nossa alegria era brincar com latas de óleo? Hoje a inflação quase nem se mostra, as mães quase nunca vencem a batalha com os filhos e por isso, nem os levam mais, e lata de óleo? O que é isso?
Criatura! Se lembra que nossos sonhos de criança era ser astronauta, bombeiro ou dona de casa, que o que mais gostávamos era ver TV infantil e que fazer aniversário era receber todos os amigos em casa? Hoje todos querem ser jogador de futebol e modelo/atriz, o espaço sideral não atrai por ser longe e para chegar lá tem que estudar, as meninas sabem que ser dona-de-casa é dar valor a empregada doméstica, suas vidas são independentes, as crianças nem sabem o que quer dizer “infantil” e fazer aniversário hoje é ir com amigos para uma casa especializada em fazer divertir!
Oh, criatura! Os tempos mudam, aos nossos olhos... Os desejos mudam, até os nossos... O ruim às vezes é ter que relembrar sem desejar, olhar para trás e vermos que tudo aquilo era bom, que hoje é bom, mas que como seria se hoje ainda estivesse como ontem? Melancolia! Triste mesmo é ver que valores bons sumiram, que sonhos bons sumiram, que momentos bons sumiram... Mas a vida é assim, a saída é seguir pra frente... Logo mais, diremos também melancólicos sobre estes tempos de agora... Cômico!

Do barro viemos... Com disco rígido emulado?



Penso sobre a influência... Sobre aquilo que somos e porque somos! De onde viemos não importa, mas chegamos a este mundo com ares de nada saber, de nunca ter sabido ou de pelo menos, não poder fazê-lo, em certos momentos aquilo que se torna necessário. E nos formamos. Uma construção que por mais que se desaperceba, é concreta!
Nossos pais ou educadores familiares nos propiciam sensações, sentimentos, condutas, e aos poucos, as absorvemos (ou não), tornamo-nos cópias de um bricolage de experiências (manias, defeitos, códigos, formas) de outros. O que temos então é um ser híbrido, um ser composto por todas as humanidades, todas as suas obscenidades. No fim, ou início de tudo, somos seres formados, pensamos e agimos conforme desejamos. Esquecemos de perceber que somos construídos, arquitetados. As mães que reclamam do machismo dos filhos, mas que dentro de casa, os educaram para fins machistas. Os pais que reclamam que os filhos tomam atitudes impensadas, mas que diziam na poltrona ao fim de tarde, que o nascimento deste filho não foi programado. Tios que se admiram com a falta de carisma dos sobrinhos, mas que em sua vida, nada foi possível para construir esta tal.
Somos sim produto do meio, somos seres que em ambiente inglório, agimos de forma ao qual fomos “adestrados” a agir, nem que seja a ‘não ação’. Então, porque não somos iguais? Idênticos? Ora, cada um nasce de / em um contexto, nasce-se a partir de uma história e imbrica-se nela. E este é o papel dos “adestradores”! Impossibilitar que suas crias sejam produto do simples contexto, devemos conduzir a uma formação ética, honrosa, dinâmica, sabendo progredir aos doces desafios desta vida selvagem. Precisamos de “adestradores” que repassem bons valores, que ensinem sobre criar boas alternativas, ter compaixão, caráter!
Me lembro do Tarzan, história bobinha que qualquer criança sabe re-contar. Criado por macacos, sabia que era um macaco, era óbvio. Existiam em si e por si diferenças, notáveis até mesmo pelos macacos, mas ele agia como um deles, suas regras selvagens eram seguidas, como andar pelas árvores, comer frutos, andar em bando! Talvez o Tarzan criado por abelhas até produzisse mel, vai saber!
Não quero dizer com isso que limaram disso aqui o arbítrio, mas é que quando escolhemos, indubitavelmente, nos eivamos de nossos valores, de nossa “forma de pensar” e de onde elas vieram? Certamente não veio como memória emulada no seu disco rígido, não surgiu do nada, sua vida não é puro instinto. Assim...

terça-feira, 20 de julho de 2010

Amigos, amigos... Negócios, que venham os inimigos?


O que é mais importante para você: deixar ou levar? O que te dá mais prazer: receber ou propiciar? Aos amigos e amigas, aos entes e parentes, aos amantes e amados, aos culpados e advogados, aos amados e odiados, aos recebidos e destinados, o que te faz pleno?
Daria a vida por alguém? Abriria mão de alguém? Feriria ágüem para defender outrem? Deixaria de amar para que a outra pessoa pudesse amar você? Tiraria de sua boca o alimento para dar de comida a outro? O que é amigo? Onde ele está agora? Cabem nos dedos da mão esquerda a quantidade de amigos que tem?
Olha, digo a você que minha opinião é que amigos são aqueles que quando pensamos em chamar para ajudar ou queremos contar aquilo de bom que acaba de acontecer, em suma: para todos os momentos. Se precisa de ajuda, pensa em chamar aquela pessoa e depois desiste: “Não, ela não vai me ajudar”, não tens ali uma amiga. Se recebeu aquela super notícia, se teve algo de bom, de bacana, e você decide contar àquela pessoa e pensa: “Não, ela vai me invejar”, não tens ali uma amiga.
A nossa mãe, nosso pai (não no meu caso), os avós, bisavós, primos, aqueles que de sangue nos unem. Nossos amigos, colega de escola, de trabalho, de balada, de bar, aqueles que nos unem por outros motivos. Todos estes são amigos em potencial, mas quem agora você lembra, que se estivesse faltando 10 minutos para você morrer, em no máximo 9 estaria ao seu lado? E em caso da distância, que pessoa diz a você: “volta logo, saudades, quando vem aqui?”, estes são amigos, e você os valoriza?
O maior tesouro que podemos carregar é tudo aquilo, que durante a nossa vida, podemos carregar. Só consigo visualizar, dentre de tudo o que vivemos, que só podemos carregar as emoções vividas, o imaterial, salvo uma escova de dentes, o passaporte, um par de óculos e uma barra de chocolates. De resto, nossos amigos nos acompanham, presos a uma teia. Para encurtar a conversa: junte-se de amigos, cative-os, mantenha-os, abasteça-os de seus defeitos / qualidades. No final, eles serão a sua única esperança, de ainda sim, haver alguma continuidade nisso tudo.

Soneto em quatro atos, ou melhor, intempéries.


Quem tem motivos para cantar, cante agora! Quem tem alguém para abraçar, que abrace agora! Quem tem alma para vibrar, que grite agora! Olhe para o lado e diga que tudo ao redor está bem! Se estiver bem, sorria, pois a sua plenitude é um fato. O seu desejo mais íntimo não tem em si mesmo nada de incoerente, é produto do meio.
(Chove)
O dia lindo lá fora, cheio de pássaros, água limpa, vegetação verde e saudável, gente boa e feliz. O arco-íris corta o céu azul, aquele anil estarrecedor. Todos andam assobiando, se cumprimentando, agradam uns aos outros, que sociedade aprazível. As frases obrigatórias sempre são “como vai”, “bom dia”, “com licença” e “obrigado”, e qualquer idoso e criança é respeitado e bem tratado. As mulheres têm direitos iguais aos dos homens, negros, brancos, vermelhos e amarelos andam misturados, há respeito.
(Neva)
O dia quente lá fora é maravilhoso, onde o fritar de ovos no chão alegram aqueles que desejam comer. O chão é limpo, as pessoas são educadas, ninguém ao chão pede nada, cada um tem seus afazeres e seus retornos. As flores plantadas no jardim não são roubadas, os animas não são criados para morder e atacar, o sorvete no carrinho é bem geladinho e seu sabor é bom. Os homens e mulheres exercem seu amor se culpa, amam mulheres, homens, mesmo sendo mulheres e homens, os homo, heteros, bi, trans e pans andam tranquilamente, não há diferenças. Nossos políticos pensam nas nossas vidas e qualidade é a palavra que mais se ouve e se sente, eles estão ali para colaborar com o bem comum.
(Aridez)
É hora de uma lareira. Em redor não só a família, mas muitos amigos. Comenta-se o que há de notícia por ai, só coisas agradáveis, todos andam muito felizes. O cobertor é quente e macio, nenhum animal foi morto para que ele existisse. Um chá quente retirado de plantas sem menor adição de veneno. A água tirada do poço vem do rio que passa limpo. Lá se toma banho sem roupas e observam-se as aves e outros animais. A escola fica perto e lá todos adoram estudar. Os professores ganham bem e dão aulas com muito prazer.
(Silêncio)
Agora olhe da janela, e veja se há motivos para cantar. Procure-os porque se achar são raros. Enquanto dentro observa-se de um ângulo, lá fora, esta realidade não parece ser a mesma. Pise no chão, anda sem medo de ver o que seus olhos dirão a você. Tudo agora é difícil e cada momento bom deve ser vivido, como a última gota de água caindo de uma cacimba no deserto. Saboreia tudo isso. No final, o mundo pode cair lá fora e você nem se dar conta, pois tudo o que preparou dentro de si, foi inflar balões coloridos para soltar quando Ele chegar!

Isso é um assalto!


Corra! Fuja! Estremeça o chão em disparada! Corra! Avia! Em sôfrego anima-te a sumir de minha frente! Anda! Corre! De tudo o que faço, de nada me arrependo. Dizem que sou vítima de uma sociedade algoz, que não me oportunizou, que não me empoderou, que tudo me negou, por isso, corra agora! Não tenho jeito! E quando me pegarem, você estará em sua casa, preso, com grades, cercas elétricas, cães ferozes, uma arma ilegal embaixo do colchão, um altar com velas acesas e drágeas de calmantes para suportar a insegurança. Corre!
Enquanto tudo isso se constrói estarei eu, também com grades, mas livre. Ligo do celular, recebo visita íntima, como, bebo, fumo o que quiser. Logo, estarei fora daqui e você? Você continuará preso, aviltando-se de mais elementos que te dêem segurança. Em vão.
Enquanto você estudava, tinha cama limpa, chá cheiroso na xícara, banho perfumada na banheira, beijo acalorado na saída e na chegada, eu aprendia a não temer. Estava sem nada, não tinha a menor idéia de como ter tudo aquilo que via em você, quando passavas por mim e negava-me uma moeda para comprar pão, mas que depois, mudava de idéia e comprava um pouco de cola pra cheirar.
E hoje, tenho medo só mesmo dos meus, que não são tão pacientes como você. Eles não fogem de mim, eles me atacam, sucumbem meu corpo quase adolescente para a cova mais rasa (se tiver sorte) ou então, desaparecem comigo como seu fosse fumaça, assopram, desapareço.
Corra! Fuja! Já há vagas para Netuno. Aqui a selva voltou, aliás, ela nunca deixou. E tudo o que temos é luta, guerra pela existência. Nada mais me abala, nada mais abala nada. Agora, deixo de conversa fiada e te digo: Passa a vida! Isto é um assalto! Perdeu!

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Depois do chá e do mel!


Ah, esta vida segregante... Ah, esta vida estafante... Ah, quando seremos de fato civilizados... Enquanto me lamurio, sentado na cadeira de balançar, bebendo chá de folha de melissa, mastigo pacientemente um pão de mel... Mel? Mas a vida em nada consegue ser doce!!! Enquanto murmuro, o mundo rui. As paredes ao meu lado, nos quatro cantos de minha existência são fortes, mas mesmo assim, a realidade cada vez mais real que se instaura é pútrea. E queremos urgente: fraternidade!
Respeitar as diferenças é o primeiro passo para este senso fraterno e assim, reconstruirmos este mundo sem muros. Não é crítica à globalização, ou mundialização, é apenas entender que apesar de mais “próximos”, ainda sim, somos distantes. Se cada vida a si pertence, e se devemos em senso de sobrevivência, unirmo-nos, porque não aceitamos os outros como de fato são?
Pensava ontem que as coisas se invertem na medida em que se mudam os interesses. As manifestações públicas, seus atos e suas coragens, suas entrelinhas e suas gigantescas linhas nas faixas , suas agruras e suas masmorras, suas fantasias e suas realidades, de algum forma, em todos os casos (contra políticos, contra o Estado, contra o preconceito, a favor do amor, a favor da aceitação, a procura de um amor...) a maior empatia é a de unir! Unindo pessoas com mesmos propósitos, congregando outras no seu avir, no seu porvir.
Porque os militares, na manifestação contra o regime militar, estavam lá presentes? Porque os solteiros, na manifestação sobre pessoas que procuram um namorado, lá estavam os casados? Porque nas manifestações contra a homofobia, lá estão os heterossexuais (homofóbicos ou não)? Porque na manifestação contra o poder do Estado, lá estão políticos, militares? É que mesmo sem querer, estamos unidos! Que pena que esta união não gera, em si mesmo, respeito, reciprocidade.
Se colocar no lugar do outro é uma tarefa árdua, e nem é preciso uma cerimônia espiritista para conseguir isso, é preciso apenas, desejar não desrespeitar. Pensar que se fosse você naquela situação, como gostaria de ser tratado. Ah, este mundo... Ah, estas pessoas estúpidas... Ah, este medo de ser... Ah, esta necessidade de paz...
O pior disto tudo é que quando melhora, quando tudo parece atingir novos matizes, novos sons, logo percebemos que a corda-de-caranguejo é maior do que a superficialidade dos sentidos, a coisa é muito complexa. Neste mundo há lado, há contras, há nós e aqueles. E neste sentido, mesmo estando na minha cadeira de balançar com os lábios de mel, ainda sim, faço parte deste coro que grita: LIBERDADE!

sábado, 10 de julho de 2010

“Em cima, renda e filós. Por baixo, trapos e nós”.



“E a deu aos cães”. Ouvimos isso esta semana. Que coisa, nós, humanos de Neandertal cada vez mais somos menos, e a coisa fica cada dia pior. A ascensão dos pobres, aqueles não estudados que em meses se vêem eivados de luxo e poder, será que é uma maldição? Ou o instinto independe da camada social, da sua educação, é tudo de fato um instinto, uma forma de segregação?
Porque para ser macho é preciso falta de comprazer, tem que destruir, destituir. E o dinheiro, o status quo adquirido é utilizado para o mal. E para estes seres o bem e o mal não existem, ou se existem ele está acima, beira o Deus, o infinito e o além. E se misturam, comem bolacha água e sal, arrotam foie gras, usam o dinheiro dos bestas para ganhar o seu próprio, entretêm os bestas para entreter a si próprio, vestem-se de renda e filós, mas por baixo, só há trapos e nós.
E nós vivemos idolatrando este povo, que em nada há de pueril em suas histórias. Nós, que em nada temos de facilidades na vida (nem sei se eles também têm) valorizamos os passos, o subir de degraus, o suor. Não somos nós os corifeus, não estamos acima deles, mas estes ídolos criados sem causa de ser, glorificados por um dito talento, que nem sabemos ao certo mensurar, é sinal de que estamos mal, doentes. E depois, seres ainda mais repulsivos seguem estes deuses, cercar seus altares, os dignificam. Como pavões se inflam, são incríveis. Mas claro, há gente tola que crê que tudo aquilo é insofismável, eles estão onde jamais os tolos sonharam estar, irão para Europa, ganharão muito dinheiro, dias de trabalho (poucos), muita glória, fama. E depois, como os mentecaptos, sequelam a todos e a si mesmo. Mas estes, já sequelados alijam aqueles que desprovidos de qualquer senso os seguem, e o que eles fazem? Dão aos cães!!! Sim, te servem de comida, como se você fosse a bolacha água e sal, o nada.
Sim, e vemos antes de tudo a parte de cima, o que há na superfície, nem nos damos conta que a história se repete, animais!!! Procuramos deuses, procuramos referências, onde neste momento não há. Lixo! Deixemos de valorizar o lixo! Seres simples perambulam por ai, nos cercam, mas só privilegiamos a nobreza, seja ela de raça ou não, basta ter acima a coroa, ou o menor sinal dela. Valorizemos a família, o que vemos dia-a-dia, o vizinho, o professor, o amigo, deixemos de ver nestes seres de capas de revista, a referência para as nossas vidas. Se somos trapos, alfarrábios ou estamos desnudos, antes isso. Por baixo de muita cena sempre há um diálogo decorado.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

A inveja da ogiva


Hoje, depois de retirada nada estratégica, penso sobre as ogivas nucleares. Estas, de tão singulares nos alertam sobre o poder do outro sobre nós. E não falo daquele que Onisciente, “castiga” os “semelhantes” como bonecos em criança má, não, falo de que de tão vulneráveis, ainda procuramos em algum lugar a liberdade. E por mais que ela, antes que tardiamente, pareça sempre estar presente em alguns momentos da vida, ela de fato é uma construção que em nada se assemelha a uma edificação, é espuma, nuvem, fumaça.

Corremos translúcidos como se ela existisse, mas de tão fugaz, na verdade ela só assombra, como um holograma, parece ser o que na verdade não é, estamos presos, animais, irracionais, obsoletos em nosso senso de realidade, estamos fechado no elo da dependência.

Comprar nos faz livre. Comer nos faz livre. Amar nos faz livre. Matar nos faz livre. Ora, e essa dependência de algo para nos sentirmos livre? Ela existe em si mesma? Porque para tê-la momentaneamente precisamos de uma dose de conhaque, um cigarro de palha, um chocolate suíço ou um sorvete mestiço? Não somos livres, somos presos.

E ai retorno ao pensamento das ogivas, que no simples ato de existir já pode em si, destruir. Esta sim é livre, pois por mais que dependa de alguém para existir, por mais que dependa de alguém para sucumbir, ainda assim, em sua própria existência já carrega “o dom” de ser capaz de desunir. Esta liberdade avessa, de incongruência, é nada mais, que a liberdade em si, pois criada para um fim, ainda assim, dependendo, nada mais lhe é possibilitada, a ogiva nasceu e morrerá ogiva. E nós? Lampejadores de liberdade, na verdade, e o tempo inteiro nos maquilamos para parecer algo, outro, aquilo. E neste vai e vem incessante, frenético, nos prendemos a ilusão, ao que não é de fato, emolduramos aos nossos desejos o tilintar da realidade. E esquecemos, neste entremeio quase enlouquecedor para que nascemos. Não temos finalidade, apenas, seguimos o jogo do ‘encenar”. Feliz a ogiva, que nasce e cumpre a sua missão, simples e liberta, em ser, em si mesma, uma ogiva.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

SIC


“Onde andas sabiá? Alivia a minha dor!”. Hoje bem menos “cada um no seu quadrado” e torcendo para que esta circunferência diminua sem lipoaspiração, o mundo que diz “ser pequeno” hoje me atoleimou.


No País das fábulas, onde a asfixia da corrupção torna o Brasil ainda maior do que é, visto que a cada notícia escandalosa, ao qual nem mais nos escandalizamos, o País se mostra com mais possibilidades de achincalho, de avacalhação. E mesmo que haja pessoas de bem (sim, elas existem!) no mundo político, confesso já estar com o olhar treinado para desacreditar em tudo que ouço.


Após perceber a dimensão obesa do país, sabendo de histórias do Oiapoque até o Pontal do Seixas, tenho informações que (sic) este país, tende a mudar. Mudar em que? Na forma de delação? Onde aquele que ajudou se redime e jogar merda no ventilador? Não! Ouvi dizer que nas eleições, aquela democracia que as gerações anteriores tanto lutaram para ser algo factível, finalmente será não um penico, mas o lugar de enxugar o Brasil.


Depois de golfarmos assistindo o Horário Obrigatório Eleitoral, perceberemos que conhecer a pré-história da criatura política que ora se anuncia, é obrigatoriamente, não insistir no erro. Isso ocorrerá em breve (sic). Cansados de sermos gordinhos, com gordura e pelancas de sobra, decidiremos ficar esbeltos. Tiraremos dos palanques os antigos donatários de suas cômodas situações e colocaremos lá, no altar particular, pessoas com compromisso, pelo menos que não seja para o bem de todos, pelo menos que seja pelo meio ambiente, pelas crianças e idosos, pela saúde, pela educação, pelo trabalho.


Então, perceberemos que encolhemos e paradoxalmente nos agigantaremos. O Brasil ficará menor, onde a humildade e a boa índole nos unirão. Aproximados, perceberemos que enfim, tudo mudou. O passado em si mesmo jaz.


Que pena, o sabiá já voou! Logo após a dor voltou! E (sic, segundo informação consta), este meu discurso está mais para sonho do que para o real, simples e cru. Continuaremos um país da fome e mesmo assim obeso. Cheios de saturação, de problemas advindos da saúde, de uma morbidez incalculável. O bom, é que neste caso, as delícias degustadas amenizam um pouco o desprazer de estar aqui e sentir o gosto amargo de comer e depois, por nossa mea culpa, fazer cara de quem comeu e não gostou!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Por que negas? Atreve-te!


Ante ao fracasso deste mundo, aguardemos obsoletos a chegada do ano de 2012, ano profético do cataclisma. O que seria a renovação da atmosfera humana torna-se a motivação da mudança. E tudo fica como antes, onde as catástrofes anunciadas para além do presente surgem reificadas e cotidianas, o mais puro presente! O “Todo Poderoso”, com letras maiúsculas por mera importância hierárquica, se vê onisciente a tudo isso, mas parece mesmo gostar de ver o circo em Chamas!

Acode ao calor, ao mormaço, ao estardalhaço, ao fracasso. Das quimeras percebidas por negativistas, ora proféticos e ora imagéticos, agora parece tudo subverter à lógica da realidade. A comuna de pensamentos, idéias e orações, antes ‘globalista’, agora individualista, é cada um por si e nada e ninguém por todos. Mas porque negas esta sede de sobrevivência? Por que negas que andam mesmo difíceis as coisas por aqui, e antes o que era amenizado com uma possibilidade de ser aqui o inferno, agora nem este argumento parece sustentar a paz, estamos para-além-do-caos.

E tudo o que parece evoluir, caminhar com tudo o que merecemos e construímos se destrói. Corrompe a noção de paz futura e toma a volga a noção de catástrofe, de segregação do anseio humano em ser coerente. Livra-te do mal, mas ele está também em ti. Esquece-te das fraquezas, mas a energia para suportar fenece. Estorna-te as impurezas, mas o líquido que te lavará também está contaminado. É o caos.

Só resta mesmo sucumbir, perceber que do mal que faleceremos, merecemos. Esperaremos o fim, pois este é insofismável, indelével. Não chegaremos a caminho algum, pois não a caminhos, só imaginação. E me perguntarás, no final, onde enfim repousaremos?

Como atreve-te? Não sabes ainda sobre algo tão óbvio. Chegaremos a um final trágico, esquecidos no nada absoluto, entregues ao pó. E de onde restarão migalhas? Apenas no construído, no indestrutível senso de que já que estamos aqui, melhor fazer o bem, pois mal de verdade já há muito por ai, inclusive aqui. No futuro saberão de uma estranha forma de vida que feneceu por seu próprio veneno, seremos dinossauros.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

A Irmandade e a Obscenidade



O que há de errado neste torpe cenário artificial? Porque ante ao obliquo desejo de aparecer, se opina por estarrecer ao comover? Estarrecer é transpor! Mostrar o incomum, o não cotidiano, extravasar! Comover é trazer a tona elementos sentimentais, intelectuais, de certo, para eles, mais banais. Pode-se então, na medida do estarrecimento, trazer a Volga polêmicas de uma dita “sociedade moral”. Trazer à baila, confluências e incongruências a fim de evoluir a partir do pensamento do outro.

É a mulher que se apaixona por outra, é a religião que aprisiona e não liberta, é a vida difícil que parece mais fácil que a vida fácil, é a convivência abalada por incompreensão. Onde tudo parece beleza se enxerga impurezas, na vida é preciso seguir... Mas ao contrário, o paradigma da obscenidade e da vulgaridade são caminhos mais precisos para o objetivo almejado. A chamada audiência gosta de ver o ‘circo pegar fogo’. Entenda este tal circo em chamas como a pura e singela baixaria.

Poderia ser o circo pegar fogo por pensarmos sobre o nosso país de forma antagônica, de acharmos o aborto e as drogas algo que deveria ser liberado e ao contrário, usar vestido rosa choque em faculdade um absurdo. Pensar que a polícia brasileira é um covil de uma moral estapafúrdia e que o letramento para alguns é sinônimo de superioridade. Estigmatizar que a cota para negros anda clara demais e que ultimamente, a chamada camaradagem é a lei de suportar e não o de admirar.

A brutalidade frente à delicadeza, a crueldade e a pureza, a popularidade e o ostracismo, tudo isso parece interessante, batalha entre multi-propósitos. Mas, diga-se de passagem, achar que o interessante que há em mim é minha silhueta ante um espelho anacrônico é no mínimo constatar que o frasco é muito melhor que o produto. Bem, em certos casos, o produto parece fora do vencimento e não é preciso experimentar para constatar.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

O País das Cédulas Politicamente Corretas


Danou-se. Como colocar agora cédulas de R$ 100 na cueca? Ela esticou! No Brasil as cédulas agora terão tamanhos diferentes, visto que, segundo o discurso, as pessoas com dificuldades de visão poderão perceber a diferença. Será?

Olho de forma pouco católica para esta afirmação. Não me parece fazer sentido, algo que não cola, entende? Fico imaginando as gigantescas cédulas cabendo nas meias, calcinhas e ceroulas, bolsos de paletós, maletas com segredo e ainda, nos sutiãs. De certo que ficará mais ridículo (não mais difícil) este transporte ilegal de influências... Oh, tem horas que é bom mesmo nem ver!

Nas carteiras não caberão tamanho colosso, mas de fato, quase ou nunca vemos (aqui não se trata de eufemismo) uma cédula dessas. Comum mesmo é a cédula de R$ 10 e de R$ 20, vez ou outra a de R$ 50. Mas é justamente a de R$100 a maior, a soberana. Ao menos não inventaram a de R$ 500, pois seria delatar: cédula para políticos. Mas o que é fato é que estas tais, se propõem com o objetivo anti-fraude (?), em um país que roubar é verbo que se conjuga no cotidiano.

Não sou contra ao estiramento das cédulas, que elas sejam multicores, lindas. A questão é que nada mudará apenas o acesso de pessoas que costumam em várias outras ocasiões serem desmerecidas, esquecidas e que entendem o Braille, não sou como eles, portanto não posso opinar por eles. Enfim, vamos ver no que dá, logo, os políticos darão um jeito. O corpo humano é cheio de compartimentos, e a parte mais provável também é tida por alguns como a mais suja! Voilà.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Os pinguins, as baleias e ursos polares no Haiti


Uma Nação em ruínas (*) comove uma sociedade । Fome, sede, más condições de saúde, sanitárias, enfim, um país em caos, depois de sofrer a lástima de um desastre natural, comove (não no mal sentido) o mundo inteiro. Meses atrás, discutíamos (eles) os impactos de uma economia avassaladora ao meio ambiente. Os recursos naturais abundantes são legados por alguns e negociados por aqueles que não o possuem. Sim, o petróleo, os recursos genéticos, o carbono, são naturais, e para quem enriquece, não importa ‘super-utilizar’.


Na reunião, a fatídica, não foi possível chegar a consensos। Não era de interesse de alguns, recriar uma ordem, legitimar novos paradigmas, recuar. A palavra de ordem era “não perder para continuar a crescer, destruindo, claro”. Então, surge um calhamaço e papéis que apenas delimitam o que qualquer um já sabia, e que poderia ser mandado por e-mail para as lideranças mundiais, um fiasco. Aos recursos naturais só resta esperar o seu triste fim.


Agora, um País se vê arrasado। Surgem milhões de todos os lados. Até onde podem ajudar as pessoas? Não há limites. Uma nação sempre em desordem, desagregados e com pouquíssimos sinais de alguma evolução, basicamente saindo da pobreza extrema para a extrema pobreza. E o que há de correlato entre um desastre natural e a luta a favor de uma sociedade equilibrada (falo acerca dos recursos naturais)?


E sinalizo uma resposta: o caos é fato! Desastres ocorrem o ano todo em cada região deste planeta। Decerto que esta matou milhares de pessoas que mal comiam antes de tudo isso. Mas há um desastre ocorrendo antes de forma sorrateira e agora um pouco mais avassaladora, e o que se faz para combater isso? De onde surgirão os milhões repentinos? Cabe mesmo aos pinguins, baleias e ursos polares irem ao Haiti clamar por ajuda, pegar o bonde como diz o “outro”. Quem sabe, em meio aos humanos desesperados ganham algo?


Não se trata de cinismo (ora, lá são humanos, não tem nada a ver com a biodiversidade) de minha parte, em querer comparar as tragédias. Acontece que sinto que a tragédia natural me parece um pouco maior. E este país que ora tenta se levantar frente às migalhas poderá em breve, assistir a uma ainda pior, onde quem hoje ajuda deverá estar com capuzes envergonhados, pois serão culpados por algo pior, algo cruel. É aquela mesma história: a mão que afaga, também abala!


(*) Já era uma nação em ruínas, onde cada dia, a ermo, passava como se fosse uma eternidade. O que ocorreu ao meu ver, foi arruinar o que já era arruinado.

Das revoluções dos mundos celestes – visitando o túmulo de Copérnico.


Desde a percepção, ou melhor, a constatação de Copérnico, de que a Terra girava em torno do Sol e não o inverso, um sentido novo à visão de que existem possibilidades para além do senso comum parece guiar a nossa sociedade desde então. A polaridade antes Ptolomeu – Copérnico, atualmente, entre as religiões, os segmentos políticos, os códigos culturais, as condições sexuais, as diferenças étnicas parecem subverter a uma lógica tão clara quanto à descoberta de Copérnico.

Não ofereço a putrefata discussão sobre verdade absoluta, mas de um senso de razão entre as polaridades। Assim como Ptolomeu, até o fim, destacava sua visão e legado, Copérnico aludia a sua descoberta e angariava crédulos. O problema nisso é que no vôo rasante da existência, um inestimável tempo era perdido entre as provas de quem não quer acreditar.

Não é este então o ‘segredo’ insofismável da paz, mas o respeito às individualidades é primar pela coletividade, que segue diferente। Estas outridades, a parte o caso da ciência, que eminentemente busca uma evolução/anulação de conceitos e práticas, a vida em sociedade não se consubstancia procurando esta semântica.

Se procurarmos a todo tempo, empregar esforços em provar a todo instante uma superioridade, uma constância, uma forma ideal, perdemos tempo em tornar a pintura colorida. A existência é enigmática justamente por que existe o diferente, o que não nos assemelha. Julgar não é um ‘pecado’ de quem é inferior e se acha o inverso, mas é desconhecer que a diferença só nos assemelha. Assim, uma nova revolução dos mundos celestes, é naturalmente reconhecer, que nesta constelação de possibilidades da existência humana, o único fato eminentemente previsível é que ainda no mundo, acreditarão que por mais que sempre se prove o contrário, outros duvidarão. Esta crença nada surreal é quase visceral, crer naquilo que se é fisiológico é reconhecer uma verdade. Reconhecer que existem outras possibilidades é reconhecer que não estamos do neutro, observando os pólos se repelirem.
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