Alfinete nos olhos! Observar pra quê?

Alfinete nos olhos! Observar pra quê?
A intuição me parece mais lúcida que o raciocínio parco dessa gente Reality... Para outros, é necessário criticizar e aqui é o lugar!

Blog do Abuh

Destinado a refletir, a liberar os sentimentos críticos, falar sobre a vida e intercambiar pensamentos. Jardim repleto de flores e frutos, comestíveis e outros, indigeríveis. Depende do seu gosto, ou desgosto!

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Rebucetè em meio ao puteiro baiano


Desculpem se choco com as palavras do título, mas é que Salvador cada dia mais, torna-se celeiro de confusões aos quais nem os búzios enxergam sua lógica. Imagina só, pular carnaval jogando flores para a “pobre” Iemanjá! Carnaval agora também invade o espaço religioso, que mesmo sincrético, em nada tem a ver com o carnudo Momo de cada ano. Por que será? Por que essas miscelâneas culturais, misturando nesse balaio de gato, festas tão diferentes? Já que somos uma “Localidade” de muitos festejos, que pelo menos sigamos sua lógica já secular e respeitemos os direitos dos adoradores e admiradores.

E ainda, tem a lavagens, enxágües, bênçãos e feijoadas sempre VIP, cortejos e caminhadas, tudo nesse belíssimo mês de Janeiro. Ninguém mais sabe o que se comemora. Se é que comemora alguma coisa. Daqui a pouco o caruru de Santa Bárbara será ofertado no Dique do Tororó pra Oxum, e as pipocas de São Lázaro servirão pra juntar com as balas de brinquedos de Cosme e Damião. E ai, o maldito “mito da preguiça baiana” chega ácida e corrosiva: pra ir a tudo, difícil mesmo é trabalhar!

Tenho cá uma dúvida: Iemanjá vai buscar seu presente no fundo do mar de Abadá? Leve ela então mamãe sacode e um isopor de bebidas pra agüentar o tranco, pois vai ser muita gente! Aquela muvuca tresloucada gente ensandecida, confetes e serpentinas pra Momo e Alfazema pra Iemanjá e ainda, a dos Filhos de Gandhi. No fim das contas, o ano acaba mesmo diminuindo a cada dia, as manifestações populares. Logo veremos, algo mais inusitado! Pulando São João, trazendo nas mãos o pão de Santo Antônio e pulando a fogueira de São Pedro. Claro que com o trio elétrico flamejando com axé e forró e ainda, com bandeirolas de papel de seda, trazendo slogans de marcas de cerveja e empresas de telefonia móvel, e ainda, os números dos partidos políticos e anuncio do próximo Reality Show na Tv.

Por fim, no meio desse puteiro cultural hibridizado e com sérias crises identitárias dou uma dica: Faça um “pacote festas populares”, leve alfazema, espelho, abada, pipoca, fitas e contas do Bonfim, carregue seu isopor de cervejas e na duvida, reze catolicamente e se ajoelhe “candoblelisticamente”. Só um cuidado: agradeça sempre à entidade certa.

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