Alfinete nos olhos! Observar pra quê?

Alfinete nos olhos! Observar pra quê?
A intuição me parece mais lúcida que o raciocínio parco dessa gente Reality... Para outros, é necessário criticizar e aqui é o lugar!

Blog do Abuh

Destinado a refletir, a liberar os sentimentos críticos, falar sobre a vida e intercambiar pensamentos. Jardim repleto de flores e frutos, comestíveis e outros, indigeríveis. Depende do seu gosto, ou desgosto!

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Consultou o oráculo de Trofônio...



Trofônio ou Trophonius foi um hábil arquiteto, construtor do Templo de Delfos. A caverna onde foi sepultado era célebre pelos seus oráculos. Os que consultavam o oráculo de Trofônio ficavam melancólicos para toda a vida. Desta forma, criou-se a expressão proverbial entre os gregos: Consultou o oráculo de Trofônio ou Saiu da caverna de Trofônio, para designar uma pessoa taciturna.

Sendo assim, utilizar-me-ei de minhas melancolias Trofonianas para me reportar à infância. Será que têm os outros a mesma chance em que minha geração teve, de possuir infância? Sim, essa mesma de subir em árvores, correr atrás de pião e pipa, correr e se esconder, assitir a desenhos animados recheados de inocência e sair na rua com mais calma e segurança. Vejo agora crianças presas nos playgrounds, computadores, condominios e às vezes, saem em bucsa de conhecer ao menos um pouco a vida real. Assistem a desenhos animados repletos de violência, jogam através de lan houses e nem se conhecem e nem sabem o valor de escrever um diário e ouvir uma boa história.

Ainda mais Trofoniano é perceber que o rumo parece não querer olhar pra trás, e o futuro, esse sim parece rejeitar a infância e já impor um senso adulto a essas criaturas que já nascem de olhos abertos e pele nada inchada. Mas mesmo assim, ainda acho que essa avassaladora modernidade deveria ser repelida por nós, ao menos nesse sentido. Lembremos às crianças os valores que nossos pais, mães, avôs e avós nos passaram e que ele “dèmodès”.

É a hora de pensarmos que antes, tudo parecia futuro, e hoje, nada mais respira passado! O futuro tornou-se esse filho sem mãe e o passado, chora pelo filho que talvez, não tenha ouvido seus conselhos, e esquece-se que somos frutos e não invenções, e os frutos só surgem de plantas já adultas, somos sim, resultado de uma série de fatos, correlatos ou não, mas que encadeiam-se e precisam às vezes serem mais valorizados. Sim ao futuro novo, porém, não ao futuro inventado. Sim ao passado enquanto lição. Não ao futuro como alucinação decorrente das mentes rasas como um píres, que projetam a chamada sociedade contemporânea.

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