Alfinete nos olhos! Observar pra quê?

Alfinete nos olhos! Observar pra quê?
A intuição me parece mais lúcida que o raciocínio parco dessa gente Reality... Para outros, é necessário criticizar e aqui é o lugar!

Blog do Abuh

Destinado a refletir, a liberar os sentimentos críticos, falar sobre a vida e intercambiar pensamentos. Jardim repleto de flores e frutos, comestíveis e outros, indigeríveis. Depende do seu gosto, ou desgosto!

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Depois do chá e do mel!


Ah, esta vida segregante... Ah, esta vida estafante... Ah, quando seremos de fato civilizados... Enquanto me lamurio, sentado na cadeira de balançar, bebendo chá de folha de melissa, mastigo pacientemente um pão de mel... Mel? Mas a vida em nada consegue ser doce!!! Enquanto murmuro, o mundo rui. As paredes ao meu lado, nos quatro cantos de minha existência são fortes, mas mesmo assim, a realidade cada vez mais real que se instaura é pútrea. E queremos urgente: fraternidade!
Respeitar as diferenças é o primeiro passo para este senso fraterno e assim, reconstruirmos este mundo sem muros. Não é crítica à globalização, ou mundialização, é apenas entender que apesar de mais “próximos”, ainda sim, somos distantes. Se cada vida a si pertence, e se devemos em senso de sobrevivência, unirmo-nos, porque não aceitamos os outros como de fato são?
Pensava ontem que as coisas se invertem na medida em que se mudam os interesses. As manifestações públicas, seus atos e suas coragens, suas entrelinhas e suas gigantescas linhas nas faixas , suas agruras e suas masmorras, suas fantasias e suas realidades, de algum forma, em todos os casos (contra políticos, contra o Estado, contra o preconceito, a favor do amor, a favor da aceitação, a procura de um amor...) a maior empatia é a de unir! Unindo pessoas com mesmos propósitos, congregando outras no seu avir, no seu porvir.
Porque os militares, na manifestação contra o regime militar, estavam lá presentes? Porque os solteiros, na manifestação sobre pessoas que procuram um namorado, lá estavam os casados? Porque nas manifestações contra a homofobia, lá estão os heterossexuais (homofóbicos ou não)? Porque na manifestação contra o poder do Estado, lá estão políticos, militares? É que mesmo sem querer, estamos unidos! Que pena que esta união não gera, em si mesmo, respeito, reciprocidade.
Se colocar no lugar do outro é uma tarefa árdua, e nem é preciso uma cerimônia espiritista para conseguir isso, é preciso apenas, desejar não desrespeitar. Pensar que se fosse você naquela situação, como gostaria de ser tratado. Ah, este mundo... Ah, estas pessoas estúpidas... Ah, este medo de ser... Ah, esta necessidade de paz...
O pior disto tudo é que quando melhora, quando tudo parece atingir novos matizes, novos sons, logo percebemos que a corda-de-caranguejo é maior do que a superficialidade dos sentidos, a coisa é muito complexa. Neste mundo há lado, há contras, há nós e aqueles. E neste sentido, mesmo estando na minha cadeira de balançar com os lábios de mel, ainda sim, faço parte deste coro que grita: LIBERDADE!

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