
Desde a percepção, ou melhor, a constatação de Copérnico, de que a Terra girava em torno do Sol e não o inverso, um sentido novo à visão de que existem possibilidades para além do senso comum parece guiar a nossa sociedade desde então. A polaridade antes Ptolomeu – Copérnico, atualmente, entre as religiões, os segmentos políticos, os códigos culturais, as condições sexuais, as diferenças étnicas parecem subverter a uma lógica tão clara quanto à descoberta de Copérnico.
Não ofereço a putrefata discussão sobre verdade absoluta, mas de um senso de razão entre as polaridades। Assim como Ptolomeu, até o fim, destacava sua visão e legado, Copérnico aludia a sua descoberta e angariava crédulos. O problema nisso é que no vôo rasante da existência, um inestimável tempo era perdido entre as provas de quem não quer acreditar.
Não é este então o ‘segredo’ insofismável da paz, mas o respeito às individualidades é primar pela coletividade, que segue diferente। Estas outridades, a parte o caso da ciência, que eminentemente busca uma evolução/anulação de conceitos e práticas, a vida em sociedade não se consubstancia procurando esta semântica.
Se procurarmos a todo tempo, empregar esforços em provar a todo instante uma superioridade, uma constância, uma forma ideal, perdemos tempo em tornar a pintura colorida. A existência é enigmática justamente por que existe o diferente, o que não nos assemelha. Julgar não é um ‘pecado’ de quem é inferior e se acha o inverso, mas é desconhecer que a diferença só nos assemelha. Assim, uma nova revolução dos mundos celestes, é naturalmente reconhecer, que nesta constelação de possibilidades da existência humana, o único fato eminentemente previsível é que ainda no mundo, acreditarão que por mais que sempre se prove o contrário, outros duvidarão. Esta crença nada surreal é quase visceral, crer naquilo que se é fisiológico é reconhecer uma verdade. Reconhecer que existem outras possibilidades é reconhecer que não estamos do neutro, observando os pólos se repelirem.
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