Nesse país onde até as lendas de um folclore peculiar se afastam do espírito nacional, (sobre) viver é a cada dia que passa, impossível. E mesmo que estejamos lutando contra um maremoto forte demais pra ser superado, parecemos (e perecemos) desconhecer a realidade.
Até em nossos lares nada seguros, podemos (e seremos) tornar-nos vítimas das mais loucas vicissitudes. Imagine-se com família, incluindo o cão e o jabuti, numa refeição parca, porém suada e cai, em suas cabeças (literalmente) um avião. Na hora, aos vizinhos isso parece o fim do mundo, mas na verdade é o fim de seu lar e pior, o fim das pessoas que sempre foram pra você, a única coisa de boa nesse mundo nada fatalístico.
Dois dias depois você acorda e a sua frente um quadro com uma senhora de branco pedindo silêncio. Mas não estava jantando com a família? Ande, arrume-se, ainda dá tempo de chegar ao velório. Aqui jaz! Mas o que houve? Latrocínio ou seqüestro? Caia na real, o surreal aconteceu.
E me perguntas se há o que se fazer! Penso que existem poucas saídas. Uma delas é ler a borra do café, que dizem ciganos, que mostra parte de seu futuro, e claro estar que nesses momentos, não há nada mais providencial. Ou então, apelemos para o trivial, e oremos. Quem sabe assim, essas coisas tão cotidianas tornam até a sua velhice apenas lendas de um folclore super macabro.
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