Alfinete nos olhos! Observar pra quê?

Alfinete nos olhos! Observar pra quê?
A intuição me parece mais lúcida que o raciocínio parco dessa gente Reality... Para outros, é necessário criticizar e aqui é o lugar!

Blog do Abuh

Destinado a refletir, a liberar os sentimentos críticos, falar sobre a vida e intercambiar pensamentos. Jardim repleto de flores e frutos, comestíveis e outros, indigeríveis. Depende do seu gosto, ou desgosto!

domingo, 22 de junho de 2008

Olha “pro” céu meu amor...



Em época de festa junina, é melhor pular a fogueira do que mordiscar um sabugo de milho, em tempo de inflação (cadê? Cadê?) dos alimentos, o bom mesmo é plantar e colher no jardim de casa mesmo. Mas nem é sobre isso que agora vou redigir algumas palavras, mas sobre a festa de São João. Ele nasceu (e não morreu!) no dia 24 e aqui, sobretudo no Nordeste, nos acabamos em rala-bucho, licores, quentão e bolos, guloseimas e tudo mais, é a vez do interior.

Aqui na capitá muita ferveção: sumiram os engarrafamentos, os tormentos de filas nos cinemas e supermercados, há vagas para estacionar, não há empurra-empurra pra comprar um coco gelado na praia, uma paz! E viva São João! Todos e todas aqui se dirigiram a um interior desses, desde o mais frio, até o mais badalado (sim, isso existe), o mais longe ou mais metropolitano, impossível ficar na capitá. E chegam lá com sotaque local, vestem quadriculado, chapéu de palha, bebem licor ao inverso da cerveja, ouvem forró ao inverso de eletro music, comem bolo de fubá no lugar de hambúrguer. Ah... Viva São João.

As comadres se formam pulando fogueiras, as quadrilhas juninas são feitas de integrantes também de quadrilhas narcotraficantes, as danças também são sócio-inclusivas, e por mais que seja efêmero, o interior passa a ser habitável, deixou seu lado inóspito para o mês de julho, agora é hora de badalar. Santo Antônio que veio antes e São Pedro que virá depois se rendem ao bom João, de fato, a maior festa do Brasil é essa, não há lugar (fora a capitá) que não haja arrasta-pé, mas me diga ai, o que há de sobrenatural? O que há de incomum, de estranho, peculiar nisso tudo?

E eu vos digo como quem vê balões subirem no céu multicor, que essa mestiçagem não se trata de acordo cultural, trata-se de mais uma imposição do urbano sobre o rural, onde a festa tem que ser profissional, as bandas deve ser de ponta, as fogueiras se não existirem, nem falta farão, porque o melhor da festa é vestir-se como um nativo pra surpreender e agrupar. Bolo de fubá? Não, passa ai uma porção de fritas, um copo de cerveja gelada, uma camisa de malha, um boné “maneiro”, um eletro-forró e muito, muito suor. E onde estará o povo do interior? Ah... Reclusos nas casas de parentes que moram no interior de suas cidades (mais pra dentro ainda, bem escondidinho, longe pra burro!), assando milho nos gravetos e cantando cantigas... Lá, a fogueira ainda queima em homenagem a São João.

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