
E mesmo que lutemos, a guerra é gélida, insuportável. Temer a ela significa não prosseguir, pois sua ação é fato, não há como escapar. Uma das mais cruéis das criaturas nos remete ao passado como se pudéssemos reviver. As marcas, muitas vezes já esquecidas, apesar de presentes, voltam como chagas não curadas. Doem tanto antes, ou se foram marcas felizes, doem como se necessitassemos voltar. A luta já começa perdida, pois sem avisar, sentimos o arrebatamento da criatura nos açoitar. Por mais cruel que sejamos ela deixa marca, difícil é apagar.
A distância, a fatalidade, a maldade. Todas essas sutis sensações nos fragilizam para que a criatura por ali, nos assole. Por mais que pareça estancado, sentir a saudade é tornar-se impotente mesmo sem querer. O grande problema é que não voltamos ao passado. Não revivemos. Não há outro caminho real senão o futuro, visto que o presente não existe. E por onde fugir?
Bem, eis a questão. A única possibilidade da fuga é se antecipar a ela, ou seja, não viver tudo aquilo que um dia ela mortalmente te trará de volta. Cruel? Não sei. O fato é que prefiro encará-la e deixar que tenha muitos caminhos a percorrer, todos com intensidade. No final, tudo estará tão confuso, que ela nem mesmo saberá como me atingir, assim, fortaleço-me, cada dia como o último e o próximo sempre como o primeiro. Sei que ela uma hora vai ganhar, mas fazer o que? Não se pode ganhar sempre!
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