
Uso nesse título a licença de quem sabe o que diz. Esse trecho é da música de meu conterrâneo Gilberto Gil, intitulada Barracos na Cidade. O tema hoje não é de cunho social, ele é de cunho paranormal. Como assim? E eu te responderei, sem entidades recém-atribuídas ou coisas assim. E mesmo que esteja na Bahia e aqui, cada esquina há uma macumba, tem certas horas que elas, sim, os despachos cheios de quimeras passam a ser dieta de quem deixou a vida seleta pra esquecer que na vida há refeição predileta: há qualquer coisa!
Em meio a farofas, efós, galinhas e cabras degoladas, cidras e garrafas de pinga... “Tudo vira bosta!”. Na hora da madruga cintilada, nas ruas e becos de belvederes ou até mesmo de passeios públicos ou privados, criaturas colocam ali seus conchavos. Suas lamúrias, pedidos, abnegações, crenças e predileções, suas vontades benignas e muitas vezes malignas... Nada do tipo a quem interessar possa.
Acreditando que na verdade, aquilo que ali Jaz desde a madrugada é na verdade comida e bebida boa, aqueles que pedem por ai, um pouco de alimento, tem na sua frente o banquete. E não se estarreça, comem mesmo! Chutam a galinha pra lá e vamos à farofa, ao milho branco, pipoca, arroz com dendê e pra refinar, um copo de champagne ou de pinga. E eu não sei o que é melhor pra mim...
E aqueles que despejaram, ou melhor, despacharam, nem sonham que seu almíscar agora além de alimentar o imaterial faz também as vezes dessa população real. E sem surrealidades, o tal banquete ainda proporciona o almoço de amanhã, pois sempre junto com os ingredientes, descansa contíguo uma cédula de cinqüenta ou dez reais... Ah, essa vida sincrética!
“Oxe, quase que me esqueço!”. A continuação da letra da música de Gil em nada completa esse meu raciocínio. Ou será que completa? Depois de ter alguma resposta te digo, vou pedir ajuda a Tio Mamboxé, Mãe Meninnha, Pai Bobó, Mãe Runhó ou a Nezinho do Portão.
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